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QUARTO DOGMA MARIANO - ASSUNÇÃO DA VIRGEM MARIA

03 Jun 2018

A Virgem Maria no fim de sua vida terrena foi elevada em corpo e alma ao Céu. Este dogma foi proclamado ex cathedra pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, por meio da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus.

Quando pesquisamos os primeiros séculos da Igreja, encontramos diversas catacumbas, que eram onde sepultavam os corpos.

Elas estão dispersas em vários locais como em Roma, Nápoles, Siracusa, na África, Egito e Ásia Menor. As mais antigas de Roma são as grutas vaticanas, do século I, Comodila, Domitila, Giovani, Panfilo, São Sebastião, Santa Priscila, Santa Domitila, Santos Marcelino e Pedro, Santa Sabrina e São Calisto.

Cita o historiador Daniel Rops, a antiguidade das mesmas no século I, como exemplo que “Flávia Domitila, sobrinha do imperador Vespasiano (69-79), convertida, entregou o terreno de uma de suas casas de campo para a sepultura dos seus parentes cristãos e demais fiéis. (...) Essa Roma subterrânea é imensa; algumas delas têm cinco andares e a mais profunda chega a 25 metros abaixo da superfície. O total de seu comprimento é algo em torno de mil quilômetros. A de Santa Sabrina, que não é a mais extensa, tinha 16.500 metros quadrados de superfície e 1600 metros de comprimento, com 7736 túmulos (Daniel Rops, Vol. I, p. 200).

Assim conhecemos diversos mártires, a devoção das relíquias, e até as imagens pintadas nas catacumbas. Também conhecemos os túmulos e relíquias dos apóstolos, de Santa Cecília, Santa Constança, Santa Inês, SANTA ÁGUEDA, santa Prisca, SANTA LUZIA entre tantos outros santos e santas, mas... onde está o sepulcro de Maria, a mãe de Deus? Simplesmente ele não existe, pois Nossa Senhora está no céu em corpo e alma.

Diz o papa Pio XII:   “Por um privilégio inteiramente singular a bem-aventurada virgem Maria venceu o pecado com a sua concepção imaculada; e por esse motivo não foi sujeita à lei de permanecer na corrupção do sepulcro, nem teve de esperar a redenção do corpo até ao fim dos tempos. ”

O papa fez uma Consulta ao episcopado em 1946, dirigindo-lhes a carta encíclica "Deiparae Virginis Mariae" em que fazia esta pergunta: "Se vós, veneráveis irmãos, na vossa exímia sabedoria e prudência, julgais que a assunção corpórea da santíssima Virgem pode ser proposta e definida como dogma de fé, e se desejais que o seja, tanto vós como o vosso clero e fiéis".

E aqueles que "o Espírito Santo colocou como bispos para reger a Igreja de Deus" (At 20, 28) quase unanimemente deram resposta afirmativa a ambas as perguntas. Essa "singular concordância dos bispos e fiéis" em julgar que a assunção corpórea ao céu da Mãe de Deus podia ser definida como dogma de fé (...) e por isso mesmo manifesta, de modo certo e imune de erro, que tal privilégio é verdade revelada por Deus e contida no depósito divino que Jesus Cristo confiou a sua esposa para o guardar fielmente e infalivelmente o declarar.  De fato, esse magistério da Igreja, não por estudo meramente humano, mas pela assistência do Espírito de verdade (cf. Jo 14,26), e, portanto, absolutamente sem nenhum erro, desempenha a missão que lhe foi confiada de conservar sempre puras e íntegras as verdades reveladas; e pelo mesmo motivo transmite-as sem contaminação e sem lhes ajuntar nem subtrair nada.

"Pois ― como ensina o concílio Vaticano ― o Espírito Santo foi prometido aos sucessores de Pedro não para que, por sua revelação, expressem doutrinas novas, mas para que, com sua assistência, guardassem com cuidado e expusessem fielmente a revelação transmitida pelos apóstolos, ou seja o depósito da fé". 

Por essa razão, do consenso universal do magistério da Igreja, deduz-se um argumento certo e seguro para demonstrar a assunção corpórea da bem-aventurada virgem Maria.

Seguem outros excertos do documento resumidamente:

S. João Damasceno (675), (...)exclama com veemente eloquência: "Convinha que aquela que no parto manteve ilibada virgindade conservasse o corpo incorrupto mesmo depois da morte. Convinha que aquela que trouxe no seio o Criador encarnado, habitasse entre os divinos tabernáculos. Convinha que morasse no tálamo celestial aquela que o Eterno Pai desposara. Convinha que aquela que viu o seu Filho na cruz, com o coração traspassado por uma espada de dor de que tinha sido imune no parto, contemplasse assentada à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que era do Filho, e que fosse venerada por todas as criaturas como Mãe e Serva do mesmo Deus". (S. João Damasc., Encomium in Dormitionem Dei Genetricis semperque Virginis Mariae, hom. II, 14; cf. também ibid. n. 3).

São Germano de Constantinopla  julgava que a incorrupção do corpo da virgem Maria Mãe de Deus, e a sua assunção ao céu são corolários não só da sua maternidade divina, mas até da santidade singular daquele corpo virginal: "Vós, como está escrito, aparecestes 'em beleza'; o vosso corpo virginal é totalmente santo, totalmente casto, totalmente domicílio de Deus de forma que até por este motivo foi isento de desfazer-se em pó; foi, sim, transformado, enquanto era humano, para viver a vida altíssima da incorruptibilidade; mas agora está vivo, gloriosíssimo, incólume e participante da vida perfeita" . (S. Germ. Const., In Sanctae Dei Genitricis Dormitionem, sermo 1.)

Os teólogos diziam ser o amor filial de Cristo a razão primária e fundamental para O levar a querer a assunção de sua Mãe ao céu. E advertiam mais, que a força dos argumentos se baseava na incomparável dignidade da sua maternidade divina e em todas as graças que dela derivam: a santidade altíssima que excede a santidade de todos os homens e anjos, a íntima união de Maria com o seu Filho, e sobretudo o amor que o Filho consagrava a sua Mãe digníssima.

Muitas vezes os teólogos e oradores sagrados, seguindo os passos dos santos Padres, para explicarem a sua fé na assunção, serviram-se com certa liberdade de fatos e textos da Sagrada Escritura. E assim, para mencionar só alguns mais empregados, houve quem citasse a este propósito as palavras do Salmista: "Erguei-vos, Senhor, para o vosso repouso, vós e a Arca de vossa santificação" (Sl 131, 8); e na Arca da Aliança, feita de madeira incorruptível e colocada no templo de Deus, viam como que uma imagem do corpo puríssimo da virgem Maria, preservado da corrupção do sepulcro, e elevado a tamanha glória no céu. Do mesmo modo, ao tratar desta matéria, descrevem a entrada triunfal da Rainha na corte celeste, e como se vai sentar à direita do divino Redentor (Sl 44,10.14-16); e recordam a propósito a esposa dos Cantares "que sobe pelo deserto, como uma coluna de mirra e de incenso" para ser coroada (Ct 3,6; cf. 4,8; 6,9). Ambas são propostas como imagens daquela Rainha e Esposa celestial, que sobe ao céu com o seu divino Esposo.

Os doutores escolásticos vislumbram igualmente a assunção da Mãe de Deus não só em várias figuras do Antigo Testamento, mas também naquela mulher, revestida de sol, que o apóstolo s. João contemplou na ilha de Patmos (Ap 12, l s.).

O doutor evangélico s. Antônio de Pádua ao comentar aquelas palavras de Isaías: "glorificarei o lugar dos meus pés" (Is 60,13), afirmou com segurança que o divino Redentor glorificou de modo mais perfeito a sua Mãe amantíssima, da qual tomara carne humana. "Daqui, vê-se claramente", diz, "que o corpo da santíssima Virgem foi assunto ao céu, pois era o lugar dos pés do Senhor". Pelo que, escreve o Salmista: "Erguei-vos, Senhor, para o vosso repouso, vós e a Arca da vossa santificação". E assim como, acrescenta ainda, Jesus Cristo ressuscitou triunfante da morte e subiu para a direita do Pai, assim também "ressuscitou a Arca da sua santificação, quando neste dia a virgem Mãe foi assunta ao tálamo celestial". (S. Antônio de Pádua, Sermones dominicales et in solemnitatibus. In Assumptione S. Mariae Virginis Sermo.)

São Bernardino de Sena, expressa que, “a semelhança entre a divina Mãe e o divino Filho, no que respeita à perfeição e dignidade de alma e corpo ― semelhança que nem sequer nos permite pensar que a Rainha celestial possa estar separada do Rei dos céus ― exige absolutamente que Maria "só deva estar onde está Cristo". Portanto, é muito conveniente e conforme à razão que tanto o corpo como a alma do homem e da mulher tenham alcançado já a glória no céu; e, finalmente, o fato de nunca a Igreja ter procurado as relíquias da santíssima Virgem, nem as ter exposto à veneração dos fiéis, constitui um argumento que é "como que uma experiência sensível" da assunção. (S. Bernardino de Sena, In Assumptione B. M. Virginis, sermo 2.)”

De igual forma são Francisco de Sales afirma que não se pode duvidar que Jesus Cristo cumpriu do modo mais perfeito o divino mandamento que obriga os filhos a honrar os pais. E a seguir faz esta pergunta: "Que filho haveria, que, se pudesse, não ressuscitava a sua mãe e não a levava para o céu?" (Oeuvres de S. François de Sales, Sermon autographe pour la fête de l'Assomption.)

E convém sobretudo ter em vista que, já a partir do século II, os santos Padres apresentam a virgem Maria como nova Eva, sujeita sim, mas intimamente unida ao novo Adão na luta contra o inimigo infernal. E essa luta, como já se indicava no Protoevangelho, acabaria com a vitória completa sobre o pecado e sobre a morte, que sempre se encontram unidas nos escritos do apóstolo das gentes (cf. Rm 5; 6; l Cor 15,21-26; 54-57). Assim como a ressurreição gloriosa de Cristo constituiu parte essencial e último troféu desta vitória, assim também a vitória de Maria santíssima, comum com a do seu Filho, devia terminar pela glorificação do seu corpo virginal. Pois, como diz ainda o apóstolo, "quando... este corpo mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá o que está escrito: a morte foi absorvida na vitória" (1Cor 15,14)

Depois de toda esta bela argumentação, o papa Pio XII, infalivelmente declara da cátedra de Pedro, na função de papa, usando o poder das chaves concedido por Nosso Senhor Jesus Cristo a São Pedro e a seus sucessores, para toda a Igreja, uma verdade de Fé revelada, definindo que uma tese é certa e que o contrário delas é condenado (fórmula da infabilidade papal) o dogma da seguinte forma:

"Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial".

“Pelo que, se alguém, o que Deus não permita, ousar, voluntariamente, negar ou pôr em dúvida esta nossa definição, saiba que naufraga na fé divina e católica. ”

“A ninguém, pois, seja lícito infringir esta nossa declaração, proclamação e definição, ou temerariamente opor-se lhe e contrariá-la. Se alguém presumir intentá-lo, saiba que incorre na indignação de Deus onipotente e dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo. ” (Papa Pio XII, Constituição Apostólica Munificentissimus Deus.)

Repetindo e divulgando o que a Santa Igreja sempre ensinou encerramos este artigo dizendo com louvor: SALVE MARIA!

***Se qualquer texto apresentado contraria o Sagrado Magistério da Igreja, desde já o rejeitamos, porque a Fé católica é a luz de nossos olhos que ilumina nossos passos. ***

*** "Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo". (Gl. 1,10) ***

***"Falamos, não para agradar aos homens, e sim a Deus, que sonda os nossos corações". (1Ts. 2,4) ***

 

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