Pastoral da Criança

7 – Comissão Para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz – Serviço
Pastorais

Quem somos

A Pastoral da Criança, organismo de ação social da CNBB, alicerça sua atuação na organização da comunidade e na capacitação de líderes voluntários que ali vivem e assumem a tarefa de orientar e acompanhar as famílias vizinhas em ações básicas de saúde, educação, nutrição e cidadania tendo como objetivo o "desenvolvimento integral das crianças, promovendo, em função delas, também suas famílias e comunidades, sem distinção de raça, cor, profissão, nacionalidade, sexo, credo religioso ou político" (Artigo 2º do Estatuto).

Visão

Trabalhamos por um mundo sem mortes materno-infantis evitáveis e onde todas as crianças, mesmo as mais vulneráveis, viverão num ambiente favorável ao seu desenvolvimento" (Cf. Isaías capítulo 65, a partir do versículo 16).

Missão

“Para que todas as crianças tenham vida em abundância” (Cf. Jo 10, 10).

A missão da Pastoral da Criança é promover o desenvolvimento das crianças, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, do ventre materno aos seis anos, por meio de orientações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, fundamentadas na mística cristã que une fé e vida, contribuindo para que suas famílias e comunidades realizem sua própria transformação.

Crenças

• Partilha e Solidariedade.
• Deus se revela preferencialmente aos pobres.
• Fé é Vida: vivenciar a fé, por meio de ações concretas na comunidade.
• A glória de Deus é a vida.

Valores

• Adesão à missão da Pastoral da Criança.
• Ética (transparência, honestidade, justiça, equidade).
• Simplicidade.
• Não discriminação.
• Compromisso com os resultados.
• Perseverança.
• Valorização das crianças, gestantes e das famílias.
• Alegria em servir.
• Multiplicar o saber.
• Ir ao encontro, buscar proximidade.

Fundação

Fundada em 1983, na cidade de Florestópolis, Paraná, pela médica sanitarista e pediatra, Dra. Zilda Arns Neumann, e pelo então Arcebispo de Londrina, hoje cardeal emérito, Dom Geraldo Majella Agnelo. A Pastoral da Criança hoje se faz presente em todos os estados brasileiros e em outros 17 países da África, Ásia, América Latina e Caribe.

Níveis de coordenação

A Pastoral da Criança se organiza por comunidade, ramo, setor, estado e país, tendo equipes de coordenação e conselhos em cada um deles, com normas e estruturação determinadas pelo Regimento Interno, aprovado pela Assembleia Geral.

Coordenação Comunitária – exercida por um dos líderes da Pastoral da Criança da comunidade.

Coordenação de Ramo (paróquia) – responsável por diversas comunidades com Pastoral da Criança de uma mesma paróquia. O coordenador é indicado, em lista tríplice, pelos coordenadores comunitários do respectivo ramo (paróquia) e ratificado pelo pároco.

Coordenação de Setor (diocese) – responsável por diversos ramos (paróquias) com Pastoral da Criança da Diocese à qual pertence. É indicado pelos coordenadores de ramo e ratificado pelo bispo diocesano.

Coordenação Estadual – responsável pelos diversos setores (dioceses) com Pastoral da Criança do Estado. É indicado pelos coordenadores da Pastoral da Criança de Setor e ratificado pelo bispo responsável pela Pastoral da Criança no Estado.

Coordenação Nacional – dar apoio ao trabalho das coordenações da Pastoral da Criança em todo o Brasil. O coordenador nacional é nomeado pelo Presidente do Conselho Diretor e ratificado pela CNBB. Conselho Diretor da Pastoral da Criança – é eleito pela Assembleia Geral da Pastoral da Criança e ratificado pela CNBB.

Assembleia Geral – órgão máximo da Pastoral da Criança. É composta pelo Conselho Diretor, as dioceses, representadas por seus coordenadores estaduais, e representantes da Associação Nacional dos Amigos da Pastoral da Criança (ANAP)

 

 

Coordenadora Diocesana: Rosely Ardigo de Faria
Fone: (43) 3055-3695 / 99913-9834

Assessor: Pe. Luís Carlos Palhares
Fone: (43) 99921-1906

Uma história de amor à vida 

 
Esta história de amor teve início em 1982, em Genebra, com uma conversa entre James Grant, diretor executivo do Unicef, e o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, durante uma reunião da ONU. James Grant estava convencido de que a igreja poderia salvar milhares de crianças, se ensinasse às mães ações simples como preparar o soro oral para evitar a desidratação, e essa experiência poderia começar no Brasil. 
 
Dom Paulo, meu irmão, me telefonou para falar da proposta de James Grant. Senti que estava sendo chamada por Deus para uma grande missão de vida. Expliquei a ele que, a partir da minha experiência em saúde pública, como médica pediatra e sanitarista, o que mais faltava às mães era o conhecimento e a solidariedade fraterna. Assim não bastava ensinar às mães a usarem o soro oral. Também seria preciso ensiná-las sobre a importância do pré-natal, aleitamento materno, vigilância nutricional, vacinação, desenvolvimento integral das crianças, relações humanas, afim de que elas soubessem e fossem estimuladas a cuidar melhor de seus filhos para que “crescessem em sabedoria e graça” (Lc 2,52). 
 
Aprovada a proposta, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) presidida por Dom Ivo Lorscheiter, indicou o então Arcebispo de Londrina, Dom Geraldo Majella Agnelo, atualmente Cardeal Arcebispo Primaz de São Salvador da Bahia, para acompanhar o desenvolvimento desse trabalho, tecido com amor fraterno dos voluntários e cheio de Fé e Vida. O lema escolhido foi “Para que todas as crianças tenham vida e vida em abundância” (cf. Jo 10,10). 
 
O projeto piloto foi implantado em Florestópolis, que pertence a Arquidiocese de Londrina, norte do estado do Paraná, que possuía um alto índice de mortalidade infantil, 127 mortes por mil nascidos vivos; 74% das famílias trabalhavam como Bóias-Frias, nas lavouras de cana de açúcar e outras. 
 
Desenvolvi a metodologia comunitária inspirada no Evangelho que narra o milagre da multiplicação de dois peixes e cinco pães (cf. Jo 6,1-15), que saciaram da fome cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças. Assim se organizariam as pequenas comunidades para multiplicar o saber e a solidariedade, com espírito de FÉ e VIDA . Seguindo o referido Evangelho, implantaria ainda um sistema de informação simples, capaz de ser entendido e servir de estímulo aos líderes comunitários voluntários capacitados, agentes da transformação social. Assim, milhares e milhares de líderes realizam ações básicas simples e baratas de educação e promoção da saúde, fé e da cidadania, com as gestantes e crianças menores de seis anos de idade, em seu contexto familiar e comunitário. 
 
Essas ações contribuem também para o fortalecimento do tecido social e para a melhoria das políticas públicas, principalmente nas áreas da saúde e educação. A educação e o estímulo da solidariedade, que as famílias e comunidades recebem da Pastoral da Criança, tem promovido em toda parte a redução da mortalidade infantil e materna, da desnutrição e da violência familiar e levam à inclusão social das famílias, pela democratização do saber. A conquista de um mundo justo e fraterno nasce no coração de cada pessoa e das atitudes positivas que vão ao encontro ao próximo, principalmente da criança. Uma delas é colocar-se a serviço como voluntário. A Pastoral da Criança, desde a sua fundação, é inclusiva, ecumênica, supra-religiosa e supra-partidária. 
Seus extraordinários resultados se devem à metodologia que une Fé e Vida, à promoção das mulheres, ao sistema de capacitação descentralizado, ao Sistema de Informação, à qualidade dos materiais educativos, à sua credibilidade pela fidelidade aos objetivos, seu baixo custo, menos de 1 dólar por criança/mês, à capilaridade e o apoio constante da igreja. A soma de esforços e as parcerias garantem a sustentabilidade das ações. No Brasil, a Pastoral da Criança conta com o apoio financeiro do Governo Federal, através do Ministério da Saúde, de forma contínua; desde 1985; é seu principal financiador. Pela sua credibilidade, a Pastoral da Criança conquistou também apoio de governos estaduais e municipais, empresas e outros. 
Assim como aconteceu no Brasil, o Unicef, muitas vezes, é uma das primeiras entidades a apoiar e a ajudar financeiramente a Pastoral da Criança quando ela tem início em um novo país. Há muito para ser feito! A Declaração do Milênio, aprovada pelas Nações Unidas, em setembro de 2000, estabelece oito metas a serem atingidas até 2015, entre elas, erradicar a extrema pobreza e a fome, reduzir em 50% a mortalidade infantil e aumentar a autonomia das mulheres. Esses objetivos só serão atingidos com a soma de esforços intersetoriais, entre as religiões, governos, organizações não-governamentais, empresas, meios de comunicação e a sociedade em geral. 
A Pastoral da Criança do Brasil contribui para que esses objetivos sejam alcançados, disseminando sua missão de Fé e Vida, ao transferir a outros países da América Latina e Caribe, da África e da Ásia a sua metodologia e experiência desses 25 anos de trabalho bem sucedido. Promover o desenvolvimento integral das crianças, em larga escala, significa participar de forma decisiva da construção de um mundo mais justo e fraterno, a serviço da vida e da esperança.
O que fazemos:               
Os voluntários da Pastoral da Criança desenvolvem ações de saúde, nutrição,educação, cidadania e espiritualidade de forma ecumênica nas comunidades pobres. As atividades visam promover o desenvolvimento integral das crianças, desde a concepção aos seis anos de idade, e a melhoria da qualidade de vida das famílias.
                                 
Os líderes da Pastoral da Criança atuam na sua própria comunidade. Por viver no mesmo local, o líder conhece bem a família e as condições em que ela vive e, junto com ela, busca maneiras de melhorar a realidade. O líder também orienta as famílias sobre os seus direitos e deveres e contribui para prevenir a violência doméstica, levando a mensagem da paz, do amor e da solidariedade. As famílias acompanhadas se sentem amparadas e fortalecidas para buscar soluções para os problemas.
Os líderes comunitários, com apoio dos demais voluntários, desenvolvem suas atividades orientados pelo Guia do Líder da Pastoral da Criança. 
 
Entre as principais atividades desenvolvidas estão:
 
Acompanhamento das gestantes 
• Direitos e Deveres. 
• Cuidados importantes na gravidez: preparo para o aleitamento materno, pré-natal, alimentação, higiene, vacinação, etc. 
• Apoio psicológico, melhoria da autoestima. 
• Acompanhamento de cada trimestre da gravidez: desenvolvimento do bebê no útero; queixas mais comuns, sinais de risco; preparo para o parto e pós-parto. 
 
Acompanhamento das crianças menores de seis anos 
• Direitos. 
• Desenvolvimento e aprendizagem da criança. 
• Aleitamento Materno. 
• Avaliação Nutricional. 
• Higiene e Saúde Bucal. 
• Imunização. 
• Orientações para a prevenção e tratamento da diarréia e de Infecções respiratórias. 
• Sinais de Risco para a Saúde. 
 
Promoção da Dignidade da Pessoa, Cidadania, Espiritualidade e Educação para a Paz.
 
Ação no contexto familiar e comunitário 
 
A Pastoral da Criança tem como foco do seu trabalho as crianças, mas os cuidados com as famílias e comunidades não podem faltar. É como diz a Dra Zilda Arns Neumann, “se as famílias vão bem, a criança vai bem”. 
 
                                              
A Maioria dos Líderes são mulheres (92%)
 
Ações complementares
Por isso, a entidade desenvolve algumas ações complementares que ajudam a reduzir a mortalidade infantil e promovem melhorias no contexto familiar e comunitário em que a criança está inserida. São elas: 
• Alfabetização de Jovens e Adultos. 
• Brinquedos e Brincadeiras. 
• Controle Social das Políticas Públicas. 
• Capacitação para o trabalho. 
• Comunicação Popular.
 
Metodologia: Espírito solidário + conhecimento = transformação social
 
A Pastoral da Criança capacita todos os seus voluntários para que a soma da solidariedade com o conhecimento resulte no fortalecimento do tecido social e na transformação da realidade
das comunidades mais pobres. 
Formação contínua dos voluntários Para que o voluntário possa realizar o seu trabalho e gerar transformação social em sua comunidade, ele precisa sentir-se preparado e munido de
ferramentas adequadas. A Pastoral da Criança capacita todos os seus voluntários nas ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania. A formação inicial, de 56 horas, é feita de acordo com a seguinte metodologia:
 
EQUIPE NACIONAL, 
CAPACITA
MULTIPLICADORES
CAPACITAM
CAPACITADORES
CAPACITAM
LÍDERES
COMUNITÁRIOS
                                                                                     
   Líderes comunitários são capacitados pelos Capacitadores; estes são capacitados pelos Multiplicadores; que por sua vez são capacitados pela Equipe Nacional. O voluntário da Pastoral da Criança nunca pára de aprender. Ele quer saber mais para ensinar mais. É como explica a líder Eunice: 
              “Antes da Pastoral da Criança, eu não era ninguém. Hoje, me sinto uma doutora”. 
Para manter-se atualizado, o líder recebe a cada mês o Jornal da Pastoral da Criança e ouve o programa semanal de rádio Viva a Vida. 
 
Hoje na Diocese
 
A Pastoral da Criança é uma forma de empenho da Igreja Católica, a qual luta pela sobrevivência e desenvolvimento integral da Criança, de 0 a 6 anos de idade, especialmente a mais carente, através da participação ativa da própria família e a mobilização e a organização da comunidade.  A mesma surgiu em Setembro de 1983, no município de Florestópolis -  Paraná, está presente em todo o Brasil, e atualmente  também em países da América Latina e África. A Pastoral da Criança tem como objetivo: diminuir a mortalidade infantil e materna e melhorar a qualidade de vida das crianças de 0 a 6 anos de idade, através das Ações Básicas de Saúde e valorização da vida desde o ventre materno. 
Suas Ações Básicas são: Atenção e apoio à gestante; incentivo ao aleitamento materno; acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil; Incentivo à imunização; soro caseiro; alimentação enriquecida; brinquedos e brincadeiras.
Este maravilhoso trabalho se deve aos líderes voluntários que visitam as comunidades em busca das gestantes e crianças, para isto estes voluntários recebem capacitação. Todo este amor, carinho e dedicação das líderes para com as famílias por elas assistidas, é a mística da Pastoral, a espiritualidade que integra Fé e Vida.
Na Diocese de Apucarana a Pastoral da Criança nasceu em Outubro de 1986, iniciando nas cidades de Colorado, Santo Inácio, Itaguajé e Santa Fé, atualmente está dividida em quatro áreas que são: Decanato Norte, Decanato Centro-Norte; Decanato Centro e Decanato Sul.
 
Situação de Abrangência em Agosto/2007 na  Diocese:
 
Municípios com a Pastoral da Criança......................35
Paróquias Cadastradas...............................................54
Comunidades Cadastradas.......................................242
Líderes Atuantes...........................................................783
Gestantes...................................................................... 402
Crianças de 0 a 6 anos acompanhadas.................7.064
Famílias Atendidas..................................................... 6.227