Quem vê o padre Silvestre Wolff, que completa 38 anos de sacerdócio, não imagina que ele seja também um ativista ambiental. O religioso, que está prestes de completar 70 anos, é um estudioso das abelhas. O hobby surgiu em 1990 e desde então o padre foi estudando, ampliando seus conhecimentos sobre o assunto e a criação só foi aumentando. Hoje ele tem aproximadamente 65 caixas espalhadas por uma propriedade rural em Califórnia, onde foi pároco por muitos anos antes de se transferir para seu posto atual em Marilândia do Sul.
Para o padre, a criação de abelhas não é apenas uma maneira de passar tempo ou obter mel, mas principalmente uma forma de contribuir com o meio ambiente. “As abelhas são sim um passatempo, mas eu estou criando abelhas há tanto tempo também para preservar aquilo que Deus criou. Abelha é responsável pela polinização das frutas, árvores, cereais. Ela é muito importante na natureza. Então também crio abelhas pela razão ecológica. Muitas árvores deixariam de existir se não fossem as abelhas”, explica.
O religioso cria abelhas europa – espécie comercial -, mas sua preferência está as abelhas nativas do Brasil. Ele tem abelhas mirim, jataí, mandaguari e mandaçaia, as chamadas abelhas sem ferrão. “A abelha com ferrão, a europa, é mais brava, produz mais mel, e dá lucro. Mas eu tenho apenas 15 caixas dessas. Já as outras produzem pouco, delas tenho umas 50 caixas. Depende do ano dá para retirar 15 quilos de mel de cada caixa, tem anos que não dá nem metade disso”, comenta.
Ele explica que abelhas exigem cuidado e atenção. “Na época do inverno venho pouco para a propriedade, pois elas não necessitam tanto. Já no calor venho toda semana, passo horas cuidando delas. Sempre que venho, coloco meu macacão, a bota, pego o fumigador de fumaça, por que se abelha fica brava a fumaça acalma. Sou feliz em tudo que eu faço, sou feliz com a minha vida e sou feliz quando estou com as abelhas, não é fácil, tem que pegar no pesado, mas eu gosto muito” comenta.
O padre aproveitou o momento para ressaltar o quanto as abelhas e o meio ambiente precisam ser protegidos. “Muitas espécies sumiram, não se encontram mais na região. Precisamos preservar as abelhas, pois a natureza vai agradecer depois,” finaliza.
(SILVIA VILARINHO)
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