SEMANA DA FAMÍLIA

05 Ago 2021
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SEMANA DA FAMÍLIA


“Creia no Senhor Jesus e serão salvos, você e os de sua casa” (At 16-30-32).


O Filho Unigênito, consubstancial ao Pai, ‘Deus de Deus, Luz da Luz’, entrou na história dos homens através de uma família. Eis a importância e o valor da família, ontem, hoje e sempre. A Semana Nacional da Família, celebrada de 07 a 14 de agosto, mês vocacional, tem por finalidade exortar à realidade contemporânea sobre a verdadeira vocação à vida familiar, lembrando-nos do desejo de Deus para cada um de nós, visto que ser família e nela viver é uma das mais belas vocações a que o homem e mulher são chamados. A família não é uma criação ao acaso ou uma junção de pessoas com os mesmos interesses. Sem sombra de dúvida, a família é o mais lindo plano de Deus em nossa vida, pois é ela a primeira sociedade em que convivemos, onde se formam os primeiros e essenciais valores humanos que carregamos pelo resto de nossa existência. Nela criamos nossa identidade, aprendemos as primeiras regras sociais, conhecemos nossa história de ancestralidade e tradições diversas, que são passados de geração em geração, através da convivência fraterna e do diálogo incessante. Por todos esses motivos é que trazemos em nós traços profundos da personalidade de nossos semelhantes e comportamentos afins, tão naturais e importantes em nosso crescimento pessoal. Também é no seio familiar que são transmitidos os primeiros ensinamentos catequéticos, as primeiras orações, a importância da fé e da vida comunitária, o partilhar e o respeito. A partir do Sacramento do Matrimônio, forma-se a família, desejada por Deus desde a criação do mundo, visto que homem e mulher, obras primas do Criador, foram chamados a serem geradores de novas vidas para o Pai. A família humana se assemelha à Santíssima Trindade, quando, alicerçada em Deus, se mantém unida, mesmo com suas diferenças e peculiaridades naturais e individuais. O maior e melhor exemplo de Família Cristã é a Família de Nazaré, Sagrada em sua natureza, comum em suas tribulações e dificuldades. Isso nos mostra que nenhuma família vive uma realidade perfeita ou inteiramente incólume às intempéries cotidianas, todas são factíveis de problemas, tristezas e tensões. Percebemos que a família não nasce pronta, ela se constrói a partir de um progressivo amadurecimento na capacidade de amar, respeitar e dialogar, sendo que o principal ponto de unidade é e sempre será a presença de Deus no centro da vida familiar. Viver e ensinar sempre a importância e o valor da Palavra, da oração e dos sacramentos é essencial para que a família se mantenha estruturada. Este é o estímulo constante do caminhar fraterno: manter o olhar fixo no Senhor e olhar com olhos de esperança, acima dos nossos limites, na certeza de que Deus deseja alcançar com sua benção e carinho toda nossa casa, nossos familiares, nos dando a verdadeira alegria de sermos família em meio ao caos e incertezas gerados pela pandemia. A necessidade do isolamento social, o desemprego, o trabalho em home-office, e tantas outras necessidades nos obrigou a vivermos mais próximos dos nossos familiares do que estávamos acostumados e isso, em certos momentos pode ter gerado algum desconforto, mas, em detrimento disso, essa convivência nos fez compreender o quanto é bom ter família, quando tantos enfrentaram sozinhos esses meses de isolamento, e outros sofreram perdas irreparáveis de amigos e familiares. Dar graças a Deus pela família que temos é reconhecer que a Família é um lugar sagrado, como um Santuário que guarda nossos maiores tesouros, pois é nela que a vida humana é cultivada e formada, é ela que, como uma nascente sagrada, guarda, revela e comunica ao mundo o amor Divino e a graça da vida gerada por Deus. Esse amor se torna fecundo, alargado em suas relações e com um sentido mais pleno na convivência com os pais, tios, irmãos, primos, avós e amigos e se expande, sem limites, quando se permite a ação de Deus dentro do seio familiar, abrindo nossa casa e nosso coração ao mover de Deus em nossas vidas. A família deve ser um evangelho vivo, onde cada um “Dá e recebe, e alegra a ti mesmo”, como nos diz o lema da Semana da Família. A fé vivida e testemunhada torna-se “A Alegria do Amor na Família”, presente na oração e no cuidado de uns pelos outros, levando outras famílias a aceitarem a presença de Cristo nas suas casas. Que São José, neste ano Santo das Famílias nos abençoe e nos acompanhe, juntamente com a intercessão da Virgem Maria, na construção diária de uma família estruturada nos valores de Jesus Cristo.

Dom Carlos José de Oliveira 
Bispo de Apucarana


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