CNBB ABRE DEBATE PARA RENOVAÇÃO DAS PARÓQUIAS

04 Jul 2013
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 A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu o Documento 104, que trata da renovação das comunidades paroquiais, baseado na Conferência de Aparecida, realizada em abril deste ano. Os bispos entenderam que “é preciso transformar a estrutura da paróquia numa comunidade de comunidades, que representa um retorno à raiz evangélica bem anterior à estrutura paroquial”.

No documento que está em estudo, entendem os bispos que “não é fácil pensar e viabilizar a paróquia como comunidade de comunidades numa sociedade fragmentada e individualista”. Ao mesmo tempo, reconhecem que “as mudanças da realidade clamam por uma nova organização, especialmente articulada em pequenas comunidades, capazes de estabelecer vínculos entre as pessoas que convivem na mesma fé”.

Neste sentido, a renovação paroquial exige novas formas de evangelizar, tanto no meio urbano como o rural. “É urgente pensar novas estruturas paroquiais, inclusive em meios rurais, de modo que cuidem das pessoas na atual cultura”, apresenta o documento. E dentro da atual cultura estão os novos modelos de família. “Em nossas paróquias participam pessoas unidas sem o vínculo sacramental, outras estão numa segunda união, e há aquelas que vivem sozinhas sustentando os filhos”, mostra o documento. Completa o texto lembrando que “outras configurações também aparecem, como avós que criam netos ou tios que sustentam sobrinhos, bem como crianças adotadas por pessoas solteiras ou por pessoas do mesmo sexo que vivem em união estável”.

Sob esta visão, “na renovação paroquial, a questão familiar exige conversão pastoral para não perder nada do que a Igreja ensina e igualmente não deixar de atender, pastoralmente, as novas situações familiares”. O documento da CNBB salienta que a Igreja, família de Cristo, precisa acolher com amor todos os seus filhos. Acrescenta que “é hora de recordar que o Senhor não abandona ninguém e que, também, a Igreja quer ser solidária nas dificuldades da família”. Lembra o texto que “muitos se afastaram e continuam se afastando de nossas comunidades porque se sentiram rejeitados, porque a primeira orientação que receberam fundamentava-se em proibições e não em uma proposta de viver a fé em meio à dificuldade”.

O documento da Conferência ressalta ainda que “nossas paróquias precisam urgentemente rever questões, como dar atendimento aos doentes, aos solitários, aos enlutados, aos deprimidos e dependentes químicos”. Mais é preciso ser feito, como “ampliar o atendimento às grandes carências de nosso tempo, como acompanhar as famílias, o povo de rua, as populações indígenas, a miséria e a violência urbanas”.

O documento já está sendo analisado nas paróquias e nas dioceses de todo o País, trazendo subsídios para o debate sobre as propostas sugeridas pelos bispos. Após receber contribuições de todo o País, o texto será apreciado durante a 52ª Assembleia da CNBB, em 2014, com a contribuição das diferentes comunidades do Brasil. 


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