Com o objetivo de debater os desafios da evangelização no contexto da cultura gerada pelas novas tecnologias, cerca de oitenta bispos participaram em Recife do Curso de Comunicação. Entre os presentes estavam o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, dom Claudio Maria Celli; o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, dom Dimas Lara Barbosa; o padre jesuíta e conferencista, Antonio Spadaro; e o anfitrião e arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.
Dom Claudio Maria Celli abordou a “Comunicação e evangelização na era digital”. O bispo citou o papa Francisco como exemplo de uma comunicação audaciosa e eficaz. “O papa captou profundamente esse conceito. Ele comunica de forma simples e direta. Por meio dos seus gestos, ele dá esperança a muita gente”, observou.
Dom Celli falou da importância da interação por meio da comunicação com outras culturas. “Vivemos numa sociedade muito cultural e religiosa e é preciso manter um diálogo profundo e respeitoso com o outro, pois ele também pode enriquecer o meu caminho”, disse.
De acordo com assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, Ir. Élide Fogolari, “as novas tecnologias vêm provocando uma cultura acelerada em toda a sociedade e também na Igreja. Desejamos que o episcopado possa entender como comunicar com a comunidade presente na Igreja a partir da cultura massiva e da cultura digital”.
O bispo de Apucarana, dom Celso Antônio Marchiori, lembrou que na Diocese de Apucarana existe um trabalho de comunicação bastante intenso, citando o jornal Pulsando e as emissoras de rádios católicas e as ações da igreja através das redes sociais. “Claro que isto ainda é pouco, mas estamos no caminho certo, como observamos durante os debates, lembrando que a comunicação é um marco na história de nossa Diocese”, acrescentou o bispo.
INTERAÇÃO - O doutor em ciências da Comunicação, Elson Faxina, integrante da Pastoral de Comunicação da Regional Sul II da CNBB, refletiu com os bispos sobre “Convergências midiáticas na era da cultura digital”. O jornalista falou sobre a busca das pessoas pela inserção em uma comunidade. “Quando eu entro na internet, eu estou não só procurando outro, mas esta é uma busca de si no outro. Não mudou nada na vontade de pertencimento com a era da cultura digital. Tudo é como antes. O que há é uma pluralização de meios, o que mudou foi a forma de comunicar”, disse.
“Em nossa diocese a gente está usando a convergência de mídias para que as pessoas sintam essa sensação de pertencimento? A participação é a forma que temos das pessoas se sentirem gente”, questionou. “Os veículos de comunicação da Igreja precisam fazer a ponte com o nosso plano de pastoral. A rádio interagir com o jornal, com a televisão. A reportagem não é discurso. É história de vida. Temos ainda que inserir os jovens. Aproveitar e estimular o interesse e talento deles em relação às novas tecnologias”, acrescentou.
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