O Papa Francisco encontrou-se na manhã desta quarta-feira com os fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo na Praça São Pedro para a tradicional audiência geral das quartas-feiras. Mais de 30 mil os presentes numa manhã de sol.
Na sua catequese, lida em italiano, o Papa iniciou recordando que, hoje, Quarta-feira de Cinza, tem início a Quaresma, quarenta dias que nos conduzirá ao Tríduo Pascal, memória da paixão, morte e ressurreição do Senhor, coração do mistério da nossa salvação.
A Quaresma, disse o Papa, é um tempo “forte”, um ponto de reviravolta que pode favorecer em cada um de nós a mudança, a conversão, para sair dos costumes cansados e do preguiçoso vício do mal que nos engana.
“No tempo quaresmal a Igreja nos dirige dois importantes convites: ter uma consciência mais viva da obra redentora de Cristo; e viver com mais compromisso o próprio Batismo”.
Viver profundamente o Batismo – disse o Papa - significa não nos acostumar-mos às situações de degradação e de miséria que encontramos caminhando pelas ruas de nossas cidades e de nossos países.
“Há o risco de aceitarmos passivamente certos comportamentos e de não nos surpreendermos diante das tristes realidades que nos circundam. Acostumamo-nos à violência, como se fosse uma notícia cotidiana normal; acostumamo-nos a irmãos e irmãs que dormem pelas ruas, que não têm um teto para se abrigar. Acostumamo-nos aos refugiados em busca de liberdade e dignidade, que não são acolhidos como deveriam ser. Acostumamo-nos a viver em uma sociedade que pretende deixar Deus de lado, na qual os pais não ensinam mais aos filhos a rezar nem a fazer o sinal da cruz. Este vício de comportamentos não cristãos e de comodidades nos anestesia o coração!”
O Papa perguntou então aos presentes, dirigindo-se aos pais e avós, se eles ensinam seus filhos e netos a rezar e a fazer o Sinal da Cruz. Se ensinam suas crianças a se dirigirem a Deus com a oração do Pai-Nosso e a Nossa Senhora com a oração da Ave-Maria. Uma pergunta que pediu que respondessem em silêncio, no coração.
A Quaresma, continuou o Papa deve ser vivida como tempo de conversão, de renovaçãopessoal e comunitária através da aproximação a Deus e da adesão confiante ao Evangelho. Por isso a Quaresma é momento favorável para converter-se ao amor ao próximo.
Demos graças a Deus pelo mistério de seu amor crucificado – disse ainda o Papa recordando os elementos essenciais para viver o tempo da Quaresma: fé autêntica, conversão e abertura de coração aos irmãos.
O Papa concluiu invocando com particular confiança a proteção e a ajuda de Nossa Senhora neste caminho, a nos acompanhar nos dias de oração intensa e de penitência, para chegar a celebrar, purificados e renovados no espírito, o grande mistério da Páscoa de seu Filho.
Nas palavras dirigidas aos fiéis de língua portuguesa presentes na audiência o Papa saudou o grupo vindo de Riberão e Guimarães e também os professores e os alunos das comunidades escolares de Lourinhã e Viana do Castelo.
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