APUCARANA NA ROTA DO TRÁFICO HUMANO
Durante entrevista coletiva concedida no dia 11 último no Centro Diocesano de Ação Evangelizadora, a enfermeira Salete Arcari, de Curitiba, afirmou que Apucarana está entre as muitas cidades do Paraná com vítimas do tráfico humano. Segundo ela, jovens - homens e mulheres - são traficadas para o Exterior, para onde seguem em busca de melhores condições de vida, mas se tornam escravos do sexo.
Ela salientou que os números são altos, levando em consideração o tamanho da cidade. "São pessoas que saem de Apucarana em direção a Paranaguá e Foz do Iguaçu, seguindo depois para países europeus, principalmente", explicou a enfermeira. Salete Arcari considerou que a situação é preocupante, pois muitas famílias são pressionadas pelos traficantes e aliciadores para não denunciarem o crime. "Eles (traficantes e aliciadores) usam de todos os meios para evitar serem alcançados pelos organismos de segurança, ameaçando os familiares das vítimas, obtendo o silencio para continuarem na prática dos crimes", destacou a enfermeira.
A psicóloga residente Cláudia da Silva Ribeiro, do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no Estado do Paraná, disse que "é fundamental que a sociedade participe ativamente no combate a este crime, que movimenta milhões de dólares em todo o mundo, visto que não há despesa por parte dos criminosos". No caso do tráfico para exploração sexual, ela explicou que as vítimas do tráfico são obrigadas a pagar aos seus aliciadores em torno de 50 euros por programa, recebendo apenas 10 euros, quando recebem. Somente na França, completou, são 150 milhões de programas sexuais por ano, o que demonstra a alta rentabilidade financeira aos criminosos.
ADOÇÕES - As duas profissionais condenaram a lei que permite a estrangeiros a adotar crianças brasileiras. Segundo elas, há um problema nesta questão, pois não existe um acompanhamento pós-adoção, ou seja, as autoridades brasileiras não sabem para onde seguem as crianças após deixarem o País com os pais adotivos. "Já existem informações de que muitas crianças adotadas, por não se adaptarem à nova realidade, são abandonadas pelas famílias e passam a viver em más condições de vida, muitas até se mortas para a retirada de órgãos destinados a transplantes", explica Cláudia Ribeiro.
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