Eleições 2014
Como uma mãe carinhosa, a Igreja deseja ardentemente que seus filhos tenham vida plena e vivam em harmonia e em paz na alegria e na liberdade. Um dos instrumentos valiosos para que isso se realize eficazmente é a política. Numa definição livre, poderíamos dizer que política é a arte de fazer feliz o povo de uma cidade, de um estado, de um país. Segundo o Pe. Zezinho, cantor há 50 anos, política séria, verdadeira é aquela “onde os senadores todos são sérios, onde os deputados todos são sérios, onde todo mundo paga imposto e o dinheiro é bem aplicado”. Sim, politicamente falando, quem governa um país, um estado, um município e quem nos representa como vereador, deputado ou senador, precisa ser gente séria, responsável, gente que se pode confiar, gente que testemunhe pela sua vida que está lutandopor políticas públicas realmente comprometidas com os interesses populares.Político candidato tem que demonstrar, por suas atitudes e palavras, que luta pela vida e pela família e que está apto a morrer para salvar tais valores. Precisamos de políticos que tenham uma noção básica de filosofia, ética, sociologia e psicologia social. E, certamente, como seria bom se nossos políticos fossem humanos e tementes a Deus. Os que são assim fazem muito bem ao povo. Defendo a ideia de que deveria existir uma escola que preparasse aqueles que são vocacionados à vida pública. Sim, e somente os que tivessem aptidão para exercer uma administração séria deveriam se colocar a disposição do povo nas eleições. Isso é uma utopia? Talvez. Eu acredito quepode ser uma realidade. Depende muito de cada um de nós.
Nós, eleitores, precisamos saber discernir bem para escolhermoscandidatos sérios, ocupados com o bem comum, interessados pelas necessidades do povo para que na cidade, no estado e no país,todos tenham condições de viver em segurança, com saúde, educação, trabalho e tudo o que é necessário para uma vida digna e feliz.Através do voto, nas próximas eleições tenhamos esse discernimento. Saibamos escolher aqueles e aquelas que deverão nos representar e nos governar com um coração totalmente comprometido com a vida do povo que vive nesta terra de Santa Cruz. Procuremos conhecer bem o passado dos candidatos e examinemos se o discurso e a prática por ele apresentados se conformam aos valores da ética e do bem comum.
Que nossa escolha “seja iluminada pela fé e pelo amor cristãos, os quais exigem a universalização do acesso às condições necessárias para a vida digna de filhos de Deus. Nossa fé requer que “todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Ao contrário disso, constatamos que irmãos nossos têm sido maltratados e muitos, inclusive, perderam e continuam perdendo a vida à espera de serviços públicos. Enquanto isso, outros se corrompem e enriquecem com recursos que deveriam ser destinados a políticas que atendam às necessidades do povo. Os meses que antecedem a eleição constituem um momento privilegiado para a reflexão sobre tais situações injustas que se alastram no País. É uma oportunidade para anunciar que não é este o plano de Deus para seus filhos. Somos chamados a empenhar-nos em viver o evangelho do Reino na esperança de vê-lo antecipado na terra, ainda que sob o signo da Cruz. Isso exige que trabalhemos pela superação dos sofrimentos atrozes por que passam aqueles que são sistematicamente excluídos e que não se veem respeitados em sua dignidade de pessoa humana” CNBB).
Demos uma resposta a essas situações de injustiça e desigualdade intervindo nas próximas eleições com o nosso voto consciente. Como eleitores e candidatos, vamos contribuir na construção de uma sociedade justa e igualitária.
+Celso Antônio Marchiori
Bispo de Apucarana
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