Palavra do Assessor do Sistema D.A. de Comunicação

07 Jul 2014
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Homilia da missa por ocasião do 1º aniversário do Sistema D.A. de Comunicação


Amados irmãos e irmãs, é com muita alegria que nos reunimos neste 14º Domingo do Tempo Comum para celebrarmos o 1º aniversário do Sistema D.A. de Comunicação. Uma iniciativa que surgiu de forma livre, espontânea, mas seguramente conduzida pelo poder de Cristo Ressuscitado, que tem motivado muitos de nós a nos lançarmos sem medo nos desafios desta era digital, com o estrito interesse de proclamar o amor de Cristo nas redes virtuais de comunicação, que são os novos areópagos que nos interpelam e nos esperam para proclamarmos com a força da coragem a verdade do Evangelho.

Nesta simples homilia, quero destacar três pontos que acredito que sejam importantes. O primeiro está relacionado ao Evangelho de hoje (Mt 11,25-30). Neste texto, é possível percebermos que nosso Deus é um exímio e ilustre comunicador: o v.25 nos apresenta que o Pai comunica os mistérios do seu Reino “aos pequeninos”; e no v.27 lemos que o Filho é o perfeito comunicador do Pai, tanto que “ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Nos VV. 28-30, Jesus revela que a sua comunicação é para a liberdade e a vida, e para que esta verdadeira comunicação se concretize, Ele escancara para nós as portas da misericórdia, convidando a todos a vivermos e comunicarmos a justiça e a misericórdia que procedem do Pai e do Filho: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados (...) e eu vos darei descanso”.

A segunda ideia que gostaria de desenvolver aqui é inspirada num decreto do Concílio Vaticano II, cujo jubileu áureo estamos celebrando. É o Decreto Inter Mirifica, que nos fala sobre os meios de comunicação social. Logo no seu primeiro número, este decreto destaca que “entre as admiráveis invenções da técnica”, despontam-se os “instrumentos de comunicação social” que a “Mãe Igreja aceita e ajuda-os a progredir” quando estes estão a serviço do espírito humano. Os MCS não devem estar a serviço da tecnologia, mas do ser humano, pois estes são mais uma conquista humana que tecnológica. A Igreja incentiva os MCS para que “rasguem caminhos novos na comunicação fácil de toda sorte de pensamentos e informações”, e ainda destaca que “os meios de comunicação são capazes de atingir e movimentar não somente os indivíduos, mas multidões e até a sociedade humana inteira”. E é nosso dever empregar toda esta energia em favor da evangelização. No n. 13 este documento nos apresenta uma orientação pastoral afirmando que “todos os filhos da Igreja, esforcem-se para que sem demora e com o máximo empenho se empreguem eficazmente os meios de comunicação social nas multiformes obras de apostolado”.

Minha terceira ideia para concluir esta homilia está configurada com a carta-mensagem do Papa Francisco por ocasião do 48º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que acabamos de celebrar. O tema que o Santo Padre escolheu para compor esta carta é muito sugestivo: “Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro”. O Pontífice reflete neste texto que é fundamental construirmos uma cultura do encontro neste mundo dilacerado pelo pecado do egoísmo, individualismo, indiferentismo que afasta, divide, separa e mata. Neste contexto, “os meios de comunicação social podem ajudar-nos a sentirmo-nos mais próximos uns dos outros. Uma boa comunicação ajuda-nos a nos conhecermos melhor e sermos mais unidos e solidários”. A carta destaca que os nossos dias são especialmente favoráveis para conquistarmos este valor, “pois os meios de comunicação social atingiram um progresso sem precedentes”, e nos recorda este documento que “a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e solidariedade entre todos”. E desta forma conclui o Papa, “Os MCS são uma coisa boa, um dom de Deus”. Esta conclusão, no entanto, é acompanhada de duas advertências: 1ª) “Não basta estarmos conectados”, mas é necessária uma comunicação acompanhada pelo encontro verdadeiro que expresse ternura, solidariedade, ajuda, apoio e amor aos nossos semelhantes. “A rede social – lembra o Papa – pode ser um lugar rico de humanidade: não uma rede de fios, mas de pessoas humanas”. E enfatiza o Sumo Pontífice que “a Igreja conectada pode propiciar o encontro com Cristo”, que é o verdadeiro e o melhor encontro. E somente a Igreja pode favorecer este encontro do ser humano com o seu Senhor Redentor. 2ª) “O testemunho cristão não se faz através do bombardeio de mensagens religiosas na web”, mas através do compromisso em buscar e transmitir a verdade de Cristo para que a vida humana tenha verdadeiro sentido.

“A revolução dos meios de comunicação e informações são um grande e apaixonante desafio que requer energias novas e uma imaginação nova para transmitirmos aos outros a beleza de Deus”, esta foi a conclusão que o Papa Francisco deu à sua esplêndida carta, e eu desejo que seja esta nossa profunda motivação para continuarmos a atuar movidos pela dinâmica do Evangelho a fim de ajudarmos a criar nos meios digitais de comunicação humana uma rede de conversão e de encontro vital onde as pessoas possam se comunicar e ampliar seus horizontes de contato e relações.           

 


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