Seminarista da Diocese de Apucarana realiza missão de 30 dias na Amazônia

23 Jan 2015
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\"Após esses quase 30 dias aqui em Corumbiara, pude perceber o amor e o carinho que as pessoas nutrem por nossa diocese e pelos padres que passaram por aqui.\" Seminarista Alexandro Freitas

O seminarista Alexandro Freitas após ter concluído o processo formativo e antes de iniciar a etapa do ano pastoral na paróquia Espírito Santo da cidade de Ivaiporã, está realizando desde o dia 26 de dezembro uma experiência missionária na Paróquia irmã em Corumbiara-RO, na Diocese de Guajará Mirim.

O D.A On-Line entrou em contato com o seminarista que aceitou responder algumas perguntas sobre está experiência.

D.A – Fale um pouco sobre está experiência:

Alexandro: Eu desde que iniciei a teologia tenho ouvido falar com muita insistência que a Amazônia é a nova África no campo da missão. Porém nunca me vi fazendo essa experiência. Ao longo do curso muitos bispos e inclusive bispos da Amazônia vieram falar conosco mais foi na fala de Dom Esmeraldo que me animei a fazer algo pratico no campo da missão Ad Gentes. Ele tem um projeto onde seminaristas do Brasil inteiro fazem uma experiência missionária de 30 dias na Arquidiocese de Porto Velho.  Entrei em contato com ele e logo me mandou todas as informações, fiz o pedido a equipe de formadores que me fizeram uma contra proposta, uma vez que temos uma paróquia irmã na Diocese de Guajará Mirim, por que não fazer essa experiência lá? Então após conversar com Dom Celso me lancei ao desafio e comecei o diálogo com o pároco Pe. Marcelo Miquelim e firmamos 30 dias durante o período de férias do pároco eu ficaria na paróquia.

D.A - Quais são os principais desafios que está enfrentando nesta missão?

Alexandro: Não é que tive grandes desafios, aqui em Corumbiara o maior desafio é a distancia. Existem capelas que ficam a mais de 40 km em estrada de chão de distância da Matriz, e quando falamos da sede da Diocese que é Guajará Mirim falamos em mais de 1.150 Km. Tirando esse fator distancia não há grandes dificuldades, há em minha opinião até vantagens, não gosto de frio e aqui faz muito calor kkkkk.

D.A - O que mais lhe chamou atenção durante todos estes dias?

Alexandro: O que mais me chamou atenção esses dias aqui é a fé do povo, aqui temos um campo muito bonito de trabalho com a questão da religiosidade e piedade popular.  Embora Rondônia seja o Estado com o maior número de protestantes do Brasil, Corumbiara não tem um número muito elevado de protestantes e a participação dos católicos nas celebrações e nas atividades mesmo para um período de férias como é janeiro tem sido incrível. Depois o poder e o alcance que a rádio comunitária local tem no meio católico são admiráveis, tenho participado quase que diariamente da programação e quando chego às comunidades o pessoal já me conhece pelo menos pela voz kkkkk.

D.A - Que experiências você adquiriu para levar pra toda vida?

 Alexandro: Um dia quando Pe. Jeferson me deu uma carona ele me fez um questionamento que desde então me inquietou, ele me disse assim: “Você já pensou na questão da missão ad gentes?” Quando titubeei na reposta ele me disse que um padre doar a juventude na missão o faz primeiro ganhar experiências únicas e depois quando chegar à velhice não terá o sentimento de que poderia ter se doado mais. Depois daquela conversa algo dentro em mim não ficou mais a mesma coisa, porém como seminarista empenhei em fazer um bom curso de Teologia da Missão, para me preparar de verdade, para que se for do agrado de Deus, ser um padre capaz de me doar onde a Igreja precisar de mim, apesar de minhas muitas limitações. Tudo isso para dizer que nesses dias pude de verdade ver que a missão me faz feliz e que Deus me chama a me lançar nesse imenso oceano.

D.A - Elenque alguns pontos positivos sobre esta missão?

Alexandro: Tenho de verdade amado essa experiência, seria leviano até mesmo ingrato elencando só alguns pontos o saldo final é mega positivo.

D.A - Na sua opinião a missão tomou outros rumos atualmente?

Alexandro: Não. A missão não tomou outros rumos, creio que a novidade contida no Evangelho é sempre renovadora e exatamente por isso incapaz de conduzir os trabalhos da missão por outros rumos se não os queridos por Cristo à sua Igreja. O que em minha opinião acontece é que ainda não encontramos a linguagem catequética adequada, ainda precisamos avançar muito, porém muito já foi feito e nosso sentimento é de eterna gratidão por tantos homens e mulheres que doaram sua vida na Missão, porém é preciso ter um olhar como o de Águia e avançarmos muito ainda no Campo missionário.

D.A - Neste ano a Diocese de Apucarana estará realizando as Santas Missões Populares, que mensagem você deixa para todos os nossos missionários e missionárias?

Alexandro: Creio que não sou a pessoa mais adequada há dar palavras de incentivo a tantos irmãos missionários em nossa Diocese pela ocasião do Jubileu uma vez que minha experiência missionária é muito pequenina e não se trata de falsa modéstia e sim de constatação, porém como diocesano que ama essa diocese digo; Vamos juntos levar a Boa Nova do Evangelho a todos os cantos da nossa querida Diocese, parafraseando São Paulo; Aí de nós se não anunciarmos o Evangelho. (cf I Cor 9,16)

D.A - Considerações finais:

Alexandro: Após esses quase 30 dias aqui em Corumbiara, pude perceber o amor e o carinho que as pessoas nutrem por nossa diocese e pelos padres que passaram por aqui. Cresce meu carinho e minha admiração por eles e pelo belo trabalho que realizaram e isso me faz querer ser um padre que seja capaz de doar sua vida e sobre tudo sua juventude na Missão. Creio que a grande novidade pra mim foi ter avançado muito da teoria do que significa Missão na Igreja da Amazônia para uma práxis, mesmo que apenas por 30 dias, me senti como os primeiros Apóstolos quando perguntaram ao Senhor onde ele morava e ele disse; “Vinde e vede!” (CfJo 1,39), e estando aqui renovo aquilo que por vezes repeti porém agora com um fôlego novo digo; Senhor eis-me-aqui, onde quiseres que eu vá, irei!

Entrevista realizada por Douglas Felippe

Supervisão: Deocélia da Silva 


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