“Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua edificação” (Rm 14, 19)
Às vésperas do Dia do Trabalho, a Igreja Particular de Apucarana lamenta profundamente o confronto ocorrido em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná na última terça feira, dia 29, quando se discutia o Projeto que muda as regras da Paraná Previdência.
Infelizmente, o que se praticou contra os professores paranaenses é uma manifestação da violência contra a dignidade das pessoas no magistério, como também da honra e da ética na política. O princípio democrático e o diálogo foram ignorados. A imagem do Paraná ficou manchada.
Precisamos dar passos mais largos no caminho, ao encontro de uma harmonia maior no relacionamento humano. O relacionamento entre nós e nossos governos está desgastado. Os interesses dos governos se distanciam cada vez mais dos interesses da população. A política, infelizmente, está na contramão dos valores que regem o bem comum. Precisamos urgentemente de uma conversão política. Senão, as necessidades da maior parte da população nunca serão atendidas de verdade.
Contudo, não percamos a esperança. Que ninguém nos roube a esperança. Como bem nos disse o Papa Francisco no Domingo de Páscoa deste ano: “do Senhor ressuscitado imploramos a graça de não cedermos ao orgulho que alimenta a violência e as guerras, mas tenhamos a coragem humilde do perdão e da paz”, virtudes essenciais propostas por Jesus nos santos evangelhos.
Esperamos que nossas autoridades reconheçam o mal que esta situação violenta provocou e que busquem, na humildade e no diálogo, uma aproximação pacífica com aqueles que lutam diariamente em favor da comunidade estudantil.
Como Igreja e como cristãos temos o dever do testemunho dos valores que fundamentam a ética cristã. Temos a obrigação de testemunhar os valores do Evangelho, especialmente o valor da paz.
Portanto, profeticamente, rejeitemos tudo o que é violento e que fere a dignidade da vida. E imploremos do Senhor Jesus, manso e humilde de coração, atitudes que nos identifiquem como símbolos e promotores da paz, da unidade e da misericórdia. E, assim, juntos, possamos encontrar justas soluções aos problemas que nos distanciam a fim de que se restaure a justiça e se reacenda, novamente, no coração do povo, a esperança de novos tempos, iluminados pelos valores de Cristo.
Apucarana, 30 de abril de 2015
+Celso Antônio Marchiori
Bispo diocesano de Apucarana
Escreva seu comentário
Ronise Consolaro
Sou professora e hoje meu sentimento é de tristeza. Nossa esperança está na juventude com a qual convivemos dia s dia
Ronise Consolaro