No meio de tanta confusão, que se tornou uma marca de nossa era, precisamos de padres com coragem e lucidez proféticas para nos iluminar sobre o que de bom existe, e para nos ajudar prevendo o bom e o bem que deveremos conquistar.
Por que vale a pena ser padre?
Para desenvolver este instigante tema, gostaria antes invocar um episódio do testemunho precioso da época da juventude do Papa Emérito Bento XVI, quando ele foi obrigado a servir no repulsivo exército nazista. Nos conta o Papa que “numa noite, os jovens convocados foram tirados das camas e, meio adormecidos, reunidos na praça da caserna. Um oficial os chamou um a um, tentando convencê-los a entrar como voluntários combatentes”. Quando perguntados sobre qual profissão desejariam obter, Joseph Ratzinger, “juntamente com alguns outros, disse que tinha a intenção de tornar-se padre católico”. O Papa testemunha que a partir desse momento foram “humilhados, cobertos de escárnios e insultos e perseguidos”. Aqueles pérfidos oficiais diziam, a todo o momento, que “no futuro não se precisaria mais de padres”.
Já faz setenta anos que terminou a Segunda Guerra Mundial, e esta dramática previsão nunca se cumpriu. A sabedoria do tempo nos confirma, no Século XXI, diante da nossa humanidade fragmentada pela discórdia e tão dilacerada pela força do pecado, que podemos afirmar com convicção: “Precisamos dos Padres, e vale a pena ser Padre!”.
No meio de tanta confusão, que se tornou uma marca de nossa era, precisamos de padres com coragem e lucidez proféticas para nos iluminar sobre o que de bom existe, e para nos ajudar prevendo o bom e o bem que deveremos conquistar.
Porque existe tanto barulho, embaraço e ameaça, precisamos de padres conferentes e confidentes, padres que falem bem e que escutem melhor, em quem podemos confiar francamente.
Entre tanta incerteza, deformação e fundamentalismo religioso, precisamos de padres para nos orientar sobre o modo verdadeiro de honrar, amar e servir a Deus, com atitudes de justiça e solidariedade fraterna em favor do nosso próximo.
Neste mundo que padece com tantas injustiças, precisamos de padres que inquietem as consciências e pacifiquem os corações, que enxuguem as lágrimas e aliviem as dores.
Precisamos de padres de vanguarda, que saibam caminhar à frente do seu povo, guiando-o e defendendo-o, a exemplo do Bom Pastor, e precisamos de padres de retaguarda, modestos, sendo apoio na parte posterior de qualquer lugar ou situação.
Precisamos de padres do nosso tempo nos nossos templos, corajosos e humildes, com força na luta e energia moral ante os perigos, iluminando-nos para que este mundo misterioso seja também respeitável e respeitado.
Para ser bem sincero, vale a pena ser padre, e nós precisamos de padres... dos padres que aí estão e dos padres que virão!
Pe. Marcos Donizete Bertanha
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