Onde se encontra o problema atual da comunicação? Está naquele que a usa ou naquilo que é usado?
A comunicação faz parte da essência do ser humano, o ato de colocar algo em comum que é a definição clássica de comunicação é uma característica exclusivamente antropológica, caso contrário, seriamos seres inanimados, ou seja, sem vida, porém nosso impulso vital é carregado de intencionalidade, isso é tudo o que fazemos tem uma intenção, que desencadeia em uma decisão e só depois vem à ação para efetivar essa intenção.
A problemática não se encontra no fim colocar algo em comum e muito menos no meio pelo qual irei utilizar para colocar esse algo em comum e sim no início, quando se gera uma intenção, a dificuldade não está no objeto, mas no sujeito que manipula o objeto para um fim.
O homem que começa com uma intencionalidade má, fará da comunicação algo de ruim e isso serve para o bem, pois o ser humano tem a capacidade de transformar o ambiente externo negativamente ou positivamente conforme se apresenta seu interno se é negativamente ou positivamente, isso é comprovado em vários estudos no campo da psicologia.
Temos a grande tendência de reprovar, de julgar e de elencar somente os aspectos negativos da comunicação não levando em consideração que tudo isso procede primariamente do ser humano, por isso que normalmente ouvimos dizer “minha bateria está acabando”, como se bateria fosse do seu organismo, ou “não posso perder o capítulo da minha novela”, como se tratasse da minha vida e assim por diante, sinais de que como se fosse à extensão da minha mente e do meu corpo.
Santos Dumont não sabia que sua idéia do avião 14-bis se tornaria mais tarde em uma das principais armas de guerra, ou o relógio poderia ser instrumento de temporização para bombas e tantas outras invenções que a principio aumentariam a qualidade de vida e num outro momento dentro de outra intencionalidade transformaram em objetos de extermínio, assim como na comunicação posso fazer dela algo de bom como também de ruim.
Concluindo eu sou uma “faca de dois gumes” e tenho o potencial de transformar o que está ao meu redor também em uma “faca de dois gumes”, porém quem faz essa escolha sou eu!
Douglas Felippe
(Douglas Felippe é graduado em Filosofia pelo IFA - Instituto Filosófico de Apucarana, pós-graduado em comunicação pelo SEPAC - Serviço à Pastoral da Comunicação em convênio com a Pontifícia Universidade Católica - campus São Paulo, membro da comissão de comunicação da Diocese de Apucarana, editor da Revista Família Cristã, fundador do Sistema D.A de Comunicação e do Museu Virtual da Diocese de Apucarana, atualmente cursando o bacharelado em teologia pela Pontifícia Universidade Católica - campus Londrina e é seminarista diocesano desde 2010.)
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