O estudo bíblico é de fundamental ede crucial importância para a nossa vida de fé
Estamos para findar o mês da Bíblia, setembro. E no final deste mês comemoramos o grande patrono das traduções bíblicas, que é São Jerônimo, cujo nome quer dizer “nome sagrado”. Nasceu na Dalmácia, antiga Iugoslávia, em 342. Seus pais eram ricos e puderam mandá-lo para Roma realizar seus estudos. Ele morreu a 30 de setembro de 420.
Após seu encontro com o mundo cristão, Jerônimo logo percebeu que as traduções da Bíblia, em seu tempo, eram imperfeitas na linguagem e cheia de imprecisões. Iniciou, então, o seu trabalho de tradução dos textos em hebraico e grego para o latim, o que foi magnífico naquela época. Tradução que foi realizada com muita elegância, feita por completo, traduzindo todo o texto das Sagradas Escrituras do Gênesis ao Apocalipse.
A sua preocupação não era um texto erudito, para professores e sábios, mas queria atingir o povo simples. Um texto enxuto para os simples. Daí o nome de sua tradução “VULGATA”, ou seja, vulgar, do povo, para pessoas comuns.
Por trás das palavras: Um novo espaço para estudo bíblico
A tradução foi de tão grande magnitude a ponto de o seu texto ser utilizado em toda a Igreja Católica durante 15 séculos ininterruptos. Somente nos últimos anos, com a valorização da leitura e dos estudos bíblicos, novas traduções surgiram.
Num trecho famoso comentário sobre Isaías e usado no oficio das leituras na memória de São Jerônimo ele afirma, com a firmeza de suas convicções, que ignoratio Scripturarum, ignoratio Christi est, isto é, a ignorância da Escritura é a ignorância de Cristo. Sem dúvida, uma forte exortação de um Padre e Doutor da Igreja para os cristãos não só do seu tempo, mas, sobretudo, nos dias de hoje.
O estudo sério da Sagrada Escritura é uma necessidade e não um opcional para o católico que quer viver com seriedade e convicção a sua fé. São Jerônimo encontrou o caminho de sua vida na Bíblia. Graças a ele, muitos hoje podem voltar também o seu olhar para a Palavra de Deus, na qual podem encontrar a plena felicidade, impossível de alcançar na simples realidade humana. Mas que felicidade? Jesus Cristo, o Ressuscitado, cuja Palavra é Ele mesmo.
Só amamos o Cristo se O conhecemos, e O amamos como Verdade, Caminho e Vida! Verdade que encontramos nos Seus ensinamentos, algo que o escritor sagrado nos deixou, sobretudo, nos Evangelhos.
Caminho que o Senhor nos pede para seguir. Que nos encoraja a trilhar e que nos dá a Paz. Caminho traçado pelo Cristo: Paixão e Ressurreição, que ilumina nossas vidas, nossas ações e nossos relacionamentos. Caminho que nos traça, enfim, a nossa salvação.
E vida, que nos é apresentada na fonte da felicidade, que nos é apresentada no texto bíblico: a ressurreição de nossas vidas em Deus.
Este encontro com o Cristo na Bíblia vai nos facilitar esse encontro com Ele. Assim, Jesus é para nós, hoje, a Verdade na Bíblia, a Vida na Eucaristia e o Caminho que seguimos com os irmãos, tal como Ele nos ensinou. Lembremo-nos do Seu encontro com os viajantes em Emaús.
Portanto, o estudo bíblico é de fundamental e crucial importância para a nossa vida de fé. Algo que deve ter sido muito bem percebido por São Jerônimo. Porém, como ele, além do conhecimento e da erudição, o que nos faz santos é viver a Palavra de Deus, colocando-a em prática na vida de cada dia. Os santos fazem a diferença no mundo.
Não há amor verdadeiro e convicto se por nossa inteligência for ignorado. O amor cresce quando o conhecimento cresce. Isso é dado para a experiência humana, mas também se aplica à experiência espiritual.
Em resumo: não há conhecimento sem o amor de Cristo no estudo da Bíblia com Ele. Esta é a mensagem profunda São Jerônimo. O legado espiritual que esse grande santo da Igreja nos deixa é, por conseguinte, profundo e desafiador. Ele encontrou na Sagrada Escritura o seu fio condutor para Deus, a fonte e a raiz de sua caminhada de santidade.
O seu extremo zelo na tradução, o seu hercúleo trabalho desenvolvido ao longo de anos, a sua dedicação ao serviço da Palavra, concretizam-se na sua vida de fé e demonstram o seu imenso amor a Cristo e à Sua Igreja. Assim, também, irmãos e irmãs, não deveria ser a nossa caminhada cristã? Esta perspectiva de Jerônimo poderia servir para nosso itinerário de fé.
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