Palavra do Bispo

Amor de Mãe

06 Mai 2021

AMOR DE MÃE!


Neste próximo domingo, celebraremos com alegria o dia das mães. A palavra mãe, por si só, é sinônimo de afeto, carinho, amor, aconchego, doação e tantos outros qualitativos que usamos para nominar esta criatura toda especial em nossos corações e em nossa existência.
Essa data já está intrinsicamente marcada, seja comercialmente ou emotivamente, ambos motivos que se tornam dignos na hora de homenagear nossas genitoras. E elas, nossas queridas mamães, por mais que digam ser desnecessária essa comemoração, vibram em seu interior com os mimos, abraços e beijos que recebem, e esperam ansiosas por serem lembradas com amor e gratidão. Embora a data represente também um símbolo de consumismo, esse viés mercadológico, tem aspecto positivo, especialmente nestes tempos de tantas dificuldades. Aquecer o comercio é cuidar do emprego de milhões de irmãs e irmãs, inclusive mães, que sustentam o lar e seus filhos. A maioria dos lares em nosso país é sustentado por mulheres mães. Tudo faz parte de um todo maior cujo objetivo é homenagear nossas queridas mamães.
É de conhecimento público, que no caso do Brasil, o Dia das Mães foi comemorado pela primeira vez em 12 de maio de 1.918, na Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, RS. Em outros lugares, houve também diferentes focos de comemoração de mesmo teor, geralmente associados a instituições religiosas. Mas foi somente em 1.932, durante o governo provisório de Getúlio Vargas, que o Dia das Mães passou a ser celebrado segundo o molde dos Estados Unidos, isto é, em todo segundo domingo do mês de maio.
Celebrar o Dia das Mães no Mês de Maio é, sem dúvida, providencial. Maio é o Mês de Maria, Mãe de Jesus. A tradição de maio como mês de Nossa Senhora teve origem no hemisfério norte onde acontece o auge da primavera, com flores por todos os lados depois de um longo e penoso inverno. Maria é a flor da humanidade. Desta flor de inigualável beleza nasceu o Fruto Bendito, Jesus, nosso Deus. Para nós a primavera acontece no segundo semestre, mas o mês de maio é também Tempo Pascal, de espera do Espirito Santo, tempo de vida nova, de novo nascimento na Ressurreição e Salvação. No Cenáculo, aguardando o Paráclito estavam os Apóstolos, com Maria a
Mãe de Jesus (At 1,14).
Assim queremos celebrar nossas mães e a Mãe Santíssima de Deus, com esperança renovada em tempos tão difíceis. O Papa Francisco em sua catequese, ensina: “As mães são o antídoto mais forte para a propagação do individualismo egoísta. “Indivíduo” quer dizer “que não se pode dividir, indiviso”. As mães, em vez disso, se “dividem” a partir de quando hospedam no próprio ventre um filho para dá-lo ao mundo e fazê-lo crescer. São elas, as mães, a odiarem mais a guerra, a violência generalizada que matam os seus filhos. Sim, ser mãe não significa somente colocar no mundo um filho, mas é também uma escolha de vida. Qual é a escolha de vida de uma mãe? A escolha de vida de uma mãe é a escolha de dar a vida. E isto é grande, isto é belo” (Catequese 07/01/15). Assim queremos agradecer o dom da vida de nossas mães. Infelizmente, precisamos lembrar, também, daqueles que não tiveram uma experiência positiva com suas próprias mães, nem tudo é perfeito. Porém o coração amoroso de Deus supre essa ausência, preenche o vazio ali deixado. Já o Profeta Isaias proclamava: “Haverá mãe que possa esquecer seu filho de peito e não ter compaixão do filho que gerou? Contudo, ainda que ela se esquecesse, Eu jamais me esquecerei de ti” (49,15). Logicamente o amor de Deus supera aquele amor materno que não tenha sido tão efetivo ou marcante, mas é verdade absoluta também que o amor materno é aquele que mais se aproxima do amor de Deus. E isso é maravilhoso! E aos que cujas mães já são falecidas, tenhamos a certeza da vida eterna, trazida por Cristo Ressuscitado. Oferecer a oração e participar da Santa Missa é continuar contando com o amor e apoio daquela que nos trouxe à vida.
Característica da mulher-mãe é não desistir nunca. Em tempos de pandemia precisamos mais do que nunca deste valor de persistência, resiliência, teimosia pela vida. A Mãe de Jesus e nossas mães são exemplares no enfrentamento de grandes adversidades e crises. Com Maria, Mãe de Jesus e com a lembrança das nossas mães, vivas ou falecidas, ao nosso lado ou distantes, no abraço físico, virtual ou espiritual, nos tornamos mais fortes e corajosos. O olhar da Mãe fortalece o filho nos primeiros passos e ao longo de toda a vida. Parabéns e bênçãos a todas as mamães.
 
Dom Carlos José
Bispos da Diocese de Apucarana