PROFESSORES E MÉDICOS - VIDAS À SERVIÇO DO PRÓXIMO

“Honra o médico porque ele é necessário, pois foi o Altíssimo quem o criou... O Altíssimo deu aos homens a ciência, para que pudessem honrá-Lo com suas maravilhas” (Eclo 38, 1-15).

“Fala com sabedoria e ensina com amor” (Prov 31,26). “Se tem o dom de ensinar, que ensine...” (Rom 12,7).

O advento da pandemia trouxe à tona algumas profissões que nem sempre foram valorizadas como deveriam ser. Todas as profissões têm sua dignidade e importância diante das necessidades diárias e, tão acostumados estávamos com a normalidade cotidiana, que tudo era visto como natural ou costumeiro. Essa crise provocada pela covid exigiu que muitos profissionais se reinventassem em seu trabalho e encontrassem novas formas de dar continuidade a eles, minimizando as duras e penosas consequências da doença na sociedade como um todo. Exemplo admiráveis são os professores e os médicos. Neste mês de outubro, em que comemoramos o dia do professor e dia do médico, dias 15 e 18, respectivamente, queremos e temos o dever de agradecer e exaltar tamanha dedicação dessas duas categorias, sempre tão presentes no nosso dia-a-dia e, agora, nesses tempos, mais presentes ainda, devido às mudanças exigidas pela pandemia. O que falar dos queridos professores que, esquecidos e desvalorizados há tanto tempo, tiveram que se adaptar a ensinar à distância, via meios tecnológicos, para garantir aos alunos de todos os níveis de aprendizado, um ensino adequado para que esses não sofressem a ausência da escola, ou sofressem menos esse distanciamento inesperado. Professores e educadores que não mediram esforços para que o conteúdo escolar chegasse às áreas mais remotas das comunidades, são parte dos heróis nascidos na pandemia, pois fizeram a diferença para seus alunos e, mesmo em tempo de isolamento social, foram capazes de diminuir a distância e aproximar conhecimentos e afetos, se tornando presença de escola, fora da escola. O que falar dos profissionais de saúde, tão exigidos em meio ao caos provocado pela pandemia, que, cumprindo o juramento da formatura, se dedicaram de corpo e alma, no enfrentamento da doença, arriscando a própria saúde para cuidar da enfermidade do próximo. Quantos médicos foram os cireneus dos enfermos, ou ouviram a última palavra dos lábios dos que vieram a perder a vida. Outros que, escondendo as lágrimas diante do sofrimento dos pacientes, sorriam e os acalentavam durante a enfermidade, deixando suas próprias dores e cansaço de lado, para encorajar, dar esperança e fazer de tudo para salvar vidas. Nossas orações pelos médicos que perderam sua vida durante a pandemia, mas que certamente a ganharam no Reino de Deus. Professores e médicos refletiram a face do Bom Samaritano e do Bom Pastor, ao tomarem aos ombros as suas ovelhas: os mestres, tomando aos ombros seus alunos para que não perdessem tanto em relação ao aprendizado e a sociabilização; os médicos, tomando aos ombros os doentes para tentar de toda maneira, conseguir a cura e o pronto restabelecimento da saúde. Quantas vezes, professores e médicos foram a única companhia em meio a essa guerra contra o coronavírus, o único alento e fio de esperança de novos tempos, mais saudáveis e mais amistosos. Dizem que sem professores não teríamos outros profissionais, sim isso é verdade, como também é certo que sem médicos, nenhum profissional teria a saúde necessária para exercer sua profissão. Como a videira, onde todos os ramos estão ligados ao tronco, médicos e professores estão ligados a Deus pelo dom Dele recebido. Ensinar e cuidar são mandatos do Senhor em relação ao próximo, e eles, médicos e professores cumpriram e cumprem esse pedido do Senhor Jesus. No domingo, dia 17 às 10h30, nas Mãos de Nossa Senhora de Lourdes, na Catedral de Apucarana, rezaremos pela vida desses profissionais, essenciais à sociedade, não só em tempos de pandemia, mas em todo o tempo, como forma de demonstrar nossa mais profunda gratidão e por eles elevaremos nossas orações pelas suas vidas e necessidades.

Dom Carlos Joséde Oliveira
Bispo da Diocese de Apucarana