A beleza e a bondade de uma mulher habitada por Deus!

A BELEZA E A BONDADE DE UMA MULHER HABITADA POR DEUS “Orai sem cessar” (1 Tes, 5-17) No decorrer das celebrações em honra à nossa Padroeira, muitos foram os ensinamentos e lições aprendidas. Preces e súplicas foram depositadas aos pés de Nossa Senhora de Lourdes. Incontáveis atos e palavras de gratidão chegaram ao Coração Imaculado da Bela Senhora, que tudo acolhe com amor e carinho. Manifestações de amor de um povo que tem a Senhora de Lourdes como Mãe amada e venerada. Mulher mais bela nunca houve e jamais haverá, pois, a beleza da Virgem Maria é o ápice da singeleza, doçura e pureza. Vemos na Virgem Maria a bondade e a beleza de uma mulher, cujo ventre foi habitado por Deus e isso a torna Única e Perfeita. Nela, de forma plena e integral, habitou o Salvador, em vista do qual Ela foi preservada do pecado, portanto, Ela é a Imaculada Conceição. É a Ela que, obedientes, rezamos sem cessar nesses dias de intensa oração e ‘bradamos, nós, os degredados filhos de Eva’, que nos socorra em nossos vales de lágrimas, quando andamos errantes, acometidos por tantas dores, aflições e tribulações que nos adoecem no corpo, na alma e na mente. É feliz todo aquele que, entre tristezas e misérias, à Virgem se dirige muitas vezes, de forma incansável, buscando consolo, alívio e proteção. A Santíssima Virgem, a quem chamamos docemente de Nossa Senhora de Lourdes, mais que bela e bondosa, é a consoladora do mundo, o refúgio seguro nas noites escuras, o acalanto na nossa solidão, o sustento em nossas enfermidades, a nossa força quando nos encontramos diante do sofrimento de quem amamos ou cuidamos. Quando tudo parecer sem solução invoquemos a Senhora de Lourdes, pois, não há, nunca houve e nem haverá maior intercessor junto à Jesus, se não a Virgem Maria. Se até os santos em sua vida terrena a Ela suplicaram, quanto mais nós, pecadores indignos, devemos a Ela recorrer. “Bem-aventurado o homem que me ouve e vela todos os dias à porta de minha casa” (Pr 8,34). Assim nos diz a Mãe de Deus e nossa: ‘Bem-aventurado o homem que ouve meus conselhos e permanece constantemente à porta da minha misericórdia, invocando meu auxílio e intercessão’. Ao proclamar o Magnificat (Lc 1, 46-55), a Virgem Maria revela toda sua espiritualidade e humildade reconhecendo as maravilhas que Deus, por sua misericórdia, realizou Nela e sobre todas as gerações. Em sua oração, a Senhora antecipa a voz da Igreja, quando glorifica e exalta o Deus Soberano e Misericordioso que deseja continuamente fazer grandes obras em nosso favor. A fidelidade da Virgem Maria à tradição religiosa de seu povo nos ensina, ainda hoje, que devemos ser obedientes aos mandamentos do Senhor, atentos aos seus sinais e prontos a anunciar seu amor com intrepidez e coragem, tal Ela fez. Na pequena gruta de Lourdes, Bernardete sempre que chegava se colocava de joelhos e rezava com profunda devoção e fé, acreditando piamente nas palavras da Virgem, embora os outros não cressem. Orar sem cessar é o pedido da Bela Senhora, que se revela como a Imaculada Conceição, e que pede à jovenzinha que cave, com suas próprias mãos, aquele chão. Obediente e mesmo sem entender, a jovem cava e as águas surgem. Esse é hoje o pedido da Mãe da Igreja, a Senhora de Lourdes, a todos nós. Devemos olhar para dentro de nós mesmos e cavar no nosso coração, tirando toda ‘terra seca’ que há em nosso interior, para que sejamos inundados pela água viva que recebemos quando fomos batizados! Há em cada um de nós uma fonte, que pode estar esquecida, entupida pelas circunstâncias da vida, mas está ali, dentro de nós, precisando ser ‘cavada’ para que volte a jorrar como fonte de amor e de fé. Cavar é nossa reponsabilidade para que a fonte não seque, para que Jesus não fique esquecido e relegado a um canto escuro de nossa vida. Esse cavar com as próprias mãos nos mostra que é necessário que reconheçamos nossas fragilidades e, desejando mudar de vida, busquemos a conversão. Como na gruta, a Senhora de Lourdes continua nos ensinando que a oração contínua, a penitência e a busca diária da conversão é o caminho para chegarmos a Jesus. Ela é canal da Graça de Deus, é a Mãe que, sempre atenta às nossas súplicas gritantes ou silenciosas, acolhe-as e as dirige, apressadamente, ao Coração do Filho. Socorro dos enfermos, Onipotência suplicante é a Senhora de Lourdes, que acolheu carinhosamente, em seu Imaculado Coração, todas as preces, a Ela dirigidas neste tempo festivo. A Família Missionária Diocesana de Apucarana viveu momentos fortes de júbilo e exaltação à Nossa Senhora e à Jesus Cristo, foram muitos os meios dispensados para que isso pudesse acontecer: todos os meios de comunicação foram utilizados para que os filhos diocesanos pudessem participar presencialmente ou pelas redes sociais, dessa tão grandiosa festa em honra à Padroeira. Graças abundantes foram recebidas nestes nove dias de intensa oração, outras tantas e incontáveis virão! Corações foram e serão transformados, consolados e fortalecidos pela força da oração comunitária e pela bondade materna da Senhora de Lourdes. A oração não tem barreiras, ela se eleva como perfume de incenso oferecido ao Senhor e chega onde Deus quer. “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus” (FIl 4,6). Não devemos nos preocupar com o que Deus fará de nossas súplicas, mas devemos sim, confiar que Ele sempre fará o melhor, no tempo certo, pois somente Ele sabe de todas as coisas. Pelas mãos da Senhora de Lourdes, por sua santa intercessão, muitos frutos da novena serão conhecidos e outros, apenas a Deus caberá saber e, para nós todos, fica a certeza de que ‘não somos órfãos, temos uma Mãe no céu que nos olha com amor e misericórdia e nos acolhe como filhos amados, intercedendo por nós junto à Jesus’ como nos diz o Papa Francisco. Que Jesus e Maria sempre nos abençoem com fé, saúde e ânimo de filhos amados. +Dom Carlos José Bispo da Diocese de Apucarana