Palavra do Bispo

Dia dos avós

21 Jul 2022

“Uma geração contará à outra a grandiosidade dos seus feitos; eles anunciarão os teus atos poderosos. ” (Sl 144,4) No dia 26 de Julho a Igreja celebra a festa de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria, avós de Jesus. Assim celebra-se o Dia dos Avós. Uma avó relata: “E quando se pensa que a vida nada mais tem a oferecer, chegam os netos para mostrar que as surpresas de Deus são constantes e seu amor, insondável e incondicional”. No esmero e no cuidado para com a educação dos filhos, os pais carregam em si, de forma natural, uma grande influência de sua própria vivência de infância e, no afã de acertar sempre, agem de forma semelhante à que viveram ou, por vezes, mudam a maneira de agir em relação ao que acham que não foi tão correto, segundo suas lembranças ou modo de pensar. Os pais, com a sublime missão de educar seus filhos, estão constantemente preocupados com o sustento básico necessário e a educação, para que eles tenham um futuro de sucesso. Em dias em que a sociedade cobra de forma excessiva que todos sejam experts em tudo, entende-se o esforço, por vezes, sobrenatural de pais e mães na criação de filhos e filhas para que caminhem para o sucesso, a qualquer preço. Pesando todas essas responsabilidades dos genitores, entre erros e acertos, mas sempre na tentativa de dar o melhor de si para seus filhos, eles podem contar com uma ajuda preciosa e indispensável: os avós! A presença dos avós na vida das crianças sempre foi de suma importância para o desenvolvimento das relações afetivas entre os membros das famílias, servindo de referência e de base para a construção de laços inesquecíveis. Os avós são fontes da história das gerações anteriores, seus relatos de vida pessoal e da criação de seus filhos, servem para que os netos tenham a percepção de como foi a infância de seus pais e, muitas vezes comparam o modo de viver de hoje com o que seus pais viveram. Não podemos deixar de frisar que a forma de amor com que os avós amam seus netos é bem diversa da forma como amavam seus filhos, isso não se discute. Mais maduros e calejados pela vida, os avós alcançaram a maturidade do amor, ou seja, sabem que, de tantas atitudes que tiveram quando seus filhos eram pequenos e estavam sob sua guarda e responsabilidade, muitas poderiam ter sido diferentes, mais amenas e mais flexíveis. Por isso, todos dizem que os avós são pais e mães com açúcar, doces criaturas que tratam os netos com mais espontaneidade, sem as angústias da responsabilidade da criação. Em nossos tempos, vemos um grande número de vovôs e vovós que são muito ativos e com vários compromissos, porém, isso não os impedem de dar um suporte essencial no cuidado com os netos, auxiliando os pais nos momentos de precisão. Sem contar os inúmeros avós que, por força das circunstâncias, se tornam os pais dos netos, criando-os e os sustentando quando os pais chegam a faltar ou passam por dificuldades. É mais que salutar a convivência entre avós e netos. Para as crianças, os avós são referências da base familiar, dos ensinamentos de valores fraternos e cristãos, além de, claro, garantia de amor absoluto. Para os adultos, os avós representam a experiência viva da sabedoria que pode construir um futuro mais responsável, onde a esperança dê lugar ao medo e à insegurança e, para os avós, a proximidade com os netos são um lampejo de vida nova e de alegrias incontáveis. Muitas crianças conhecem a Igreja de Cristo através dos avós e com eles, aprendem a amar a Deus e a rezar, com simplicidade e verdade. A maior recompensa que os avós recebem é poder ver os filhos de seus filhos, saudáveis e próximos. ‘Os avós criam memórias que o coração guarda para sempre! ’ Essa é uma constatação simples e real da importância da convivência entre as gerações, pincipalmente entre avós e netos. Ensinar as crianças a tratar com amor, respeito e muita consideração os vovôs e vovós é preparar cidadãos conscientes de que a idade ou a debilidade dos mais velhos não os tornam descartáveis, mas necessitados de presença e de carinho. Rezemos pelos avós e ofertemos a eles a alegria de conviver com os filhos de seus filhos, num reconhecimento de que eles, geradores de vida merecem ver as vidas que surgiram de suas raízes, como pequenos galhos que irão, também, frutificar em novas gerações! +Dom Carlos José Bispo da Diocese e Apucarana - Paraná