Renan Cruz dos Santos
15 de março de 2019
Quaresma e Sagrado Magistério
No primeiro Domingo da Quaresma, refletimos sobre o Evangelho de São Lucas 4,1-13 que nos fala das tentações que sofreu Nosso Senhor Jesus Cristo.
Podemos olhar este Evangelho, assim como toda a Escritura, sob diversos prismas. Aproveitaremos então para olharmos sob o olhar catequético para defendermos o Sagrado Magistério da Igreja.
Para rebater a primeira tentação Jesus exclama:
“A Escritura diz”.
Para rebater a segunda tentação Jesus fala:
“A Escritura diz: ‘
E para rebater a terceira tentação Jesus novamente usa:
“A Escritura diz”
Até aí vemos a importância das Sagradas Escrituras. Mas reparemos que na terceira tentação no versículo 10, também o diabo usa:
“A Escritura diz”
Isto significa que a Bíblia pode ser citada de forma a enganar quem não a entende e ser interpretada de forma errônea. Aqui entramos na necessidade do Sagrado Magistério da Igreja bem como da necessidade do santo Padre, o Papa.
Para entendermos isto melhor, existe o que é chamado de “Livre Exame da Bíblia”, que nada mais é do que qualquer pessoa ler, interpretar ou usar como melhor entender. Assim como fez o diabo.
Ao contrário do Livre Exame, a Igreja Católica prega que a interpretação da Bíblia é revelada pelo Espírito Santo à sua Igreja, esta Igreja na pessoa dos Bispos e Papas forma o Magistério que nada mais é que os esclarecimentos da Igreja, em nome de Deus, sobre a interpretação correta da Palavra de Deus.
Há uma grande diferença entre o Magistério da Igreja Católica e o Método do Livre Exame. No livre exame existem várias explicações diferentes para um mesmo ponto doutrinário, algumas até contrárias umas as outras. Já no Magistério da Igreja Católica, o entendimento é um só e aceito e pregado pelo mundo inteiro, em todas as paróquias, dioceses e em toda a Igreja Católica. São os pontos dogmáticos.
Jesus sabia que a Bíblia seria manipulada e são Pedro inspirado pelo Espírito Santo já advertiu isto em suas cartas:
II Pedro 1, 20. “Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular"
Assim a própria Bíblia nos alerta que não devemos ter qualquer interpretação que sai das mentes humanas, afinal cada cabeça uma sentença. Esclareça-se que o Magistério não é fonte de revelação da Palavra de Deus, mas apenas esclarece e corrige entendimentos errôneos sobre a Palavra de Deus.
Assim Jesus garante que o Espírito Santo, Paráclito, continuará ensinando a Igreja no momento oportuno:
João 16, 12-13: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão."
Também são Pedro diz que a Bíblia é difícil de entender e que alguns deturpam o seu sentido:
II Pedro 3, 15-16: "Reconhecei que a longa paciência de nosso Senhor vos é salutar, como também vosso caríssimo irmão Paulo vos escreveu, segundo o Dom da Sabedoria que lhe foi dado. É o que ele faz em todas as suas cartas, nas quais fala nestes assuntos. Nelas há algumas PASSAGENS DIFÍCEIS DE ENTENDER cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos DETURPAM, para a sua própria ruína, como o fazem também com as DEMAIS ESCRITURAS”.
Essas passagens nos alertam que o livre exame da Escritura, a negação da Tradição e da única Igreja de Cristo tornam inútil toda a Escritura, porque ninguém saberia ao certo o que Deus teria realmente revelado com palavras de diversas interpretações.
Cada um interpretando a seu bel prazer o texto revelado, não haveria verdade revelada e a Escritura, em lugar de ser fonte de verdade, seria fonte de confusão.
A Sagrada Escritura utiliza palavras. Ora, as palavras podem ter vários sentidos. E é claro que a interpretação do que está escrito vai ser variada.
Entretanto, Deus é um só, e quis nos comunicar também pela Bíblia, uma só Fé. Há um só Deus, uma só Fé, um só batismo, e, portanto, tem que haver uma só Igreja verdadeira.
Gálatas 1,7-10: ― De fato, não há dois (evangelhos): há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo. Mas, ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema... É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo.
Mas fica a dúvida: como manter a unidade da Fé, se cada um interpretará a Bíblia a seu modo?
Com o livre exame é impossível a unidade da Fé.
Jesus sabia que isso poderia produzir interpretações variadas e, portanto, erradas.
Pois a Sagrada Escritura é de difícil interpretação. Para evitar desvios doutrinários Deus tinha que providenciar uma solução.
Como Deus não nos pode induzir em erro, Ele deve ter providenciado um meio para evitar que o que Ele nos revelou fosse interpretado livremente e erradamente.
Deve haver uma CHAVE para interpretar corretamente a Bíblia.
Ora, pelo Evangelho se conhece que Cristo deu as chaves do Reino do Céu a uma pessoa:
"Bem aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi nem a carne, nem o sangue que te revelou isso, mas Deus que está nos céus. E Eu te digo que
Tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as CHAVES do reino dos céus; TUDO o que LIGARES sobre a terra, será ligado também nos céus; e TUDO o que DESATARES sobre a terra, será desatado também nos céus"
(Mateus 16, 17-19)
Esta é a CHAVE para a correta interpretação da Bíblia, estar em comunhão com Pedro e seus sucessores, os Papas.
Somente havendo um intérprete da Sagrada Escritura estabelecido pelo próprio Cristo na Terra, é possível haver uma só interpretação da Escritura, uma só Fé e uma só Igreja.
E que o Papa - sucessor de São Pedro - seja infalível em matéria de Fé e de Moral, quando ensina para toda a Igreja, com os poderes dados por Cristo a Pedro, está estabelecido pela promessa de Jesus: "Tudo o que ligares na Terra, será ligado também nos céus, tudo o que desatares sobre a terra, será também desatado nos céus".
Sem o Papa, a leitura da Bíblia vira Babel. Cada um dando sua interpretação pessoal da Bíblia, ninguém se entenderia nem chegariam à verdade. Por isso a própria Bíblia nos previne, com São Pedro, ao dizer-nos:
"Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular" (II Pedro, I, 20).
Por isso o Papa é necessário. O sagrado magistério é necessário. A Santa Igreja é necessária. Assim aprendamos com o evangelho a usar corretamente as Escrituras pelos documentos da Santa Igreja. Salve Maria Santíssima!
Se qualquer conteúdo apresentado contraria o sagrado magistério da Igreja, desde já o rejeitamos, porque a Fé católica é a luz de nossos olhos.
Renan Cruz dos Santos
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