“Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6, 14)
Amados irmãos, não queiramos nos gloriar, “a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo pela qual o mundo está crucificado para nós e nós para o mundo”.
Jesus é sempre o grande motivo pelo qual nos reunimos aqui. Com esta celebração, acolhendo os símbolos da JMJ, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, manifestamos publicamente nossa fé em Jesus ressuscitado presente entre nós.
Num mundo marcado por violência, mentiras, enganações, ateísmo, ganância e materialismo, a Cruz brilha na escuridão da noite para nos garantir que estamos no caminho seguro. Supliquemos ao Senhor que nos dê força e coragem para sermos seus fiéis discípulos. Que grande benção acolher estes símbolos da JMJ! Contemplando a cruz, saibamos acolher as situações difíceis, administrando tudo o que nos sobrevém, com serenidade e sabedoria.
Queridos irmãos e irmãs, nós nos gloriamos na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo porque nele está a nossa vida e Ressurreição. Pela cruz ele nos salvou e libertou. Nós nos gloriamos da Cruz de Cristo porque para nós, a cruz nos lembra o próprio Jesus, o Filho de Deus que se encarnou no ventre santíssimo de Maria, nasceu, cresceu, tornou-se jovem e nela morreu por amor a nós, para alcançarmos misericórdia, perdão e vida. Sim, “Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3, 17).
Estes símbolos da JMJ, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, são sinais luminosos do compromisso que todos somos chamados a assumir. Pela Cruz escutamos o apelo para seguir Jesus e anunciá-Lo pela Palavra e pelo testemunho. O ícone de Maria nos lembra que a Mãe de Jesus é modelo perfeito desse seguimento.
Queridos jovens, o seu compromisso com o reino de Deus hoje, é esperança e garantia para a Igreja no futuro. Continuem sendo os defensores dos valores cristãos e os vigias da Igreja neste país que está se tornando cada vez mais ateu.
Com Jesus que, resignadamente, carregou sua cruz, carreguemos nós também a Cruz de cada dia, em todas as circunstâncias, não só nos momentos alegres, mas também nos momentos de grandes dificuldades. Vamos assumir nossa cruz e seguir Jesus oferecendo nosso sofrimento, em união com a cruz d\'Ele. Como Jesus que carregou a cruz até o Monte Calvário, local de Sua morte, nós, também, como discípulos dele, estejamos dispostos a carregar nossa cruz, na certeza de que Jesus nos acompanha com sua graça, em direção a vitória final, a ressurreição.
“A Cruz fala-nos do amor supremo de Deus e convida-nos a renovar, hoje, a nossa fé na força deste amor, a crer que em cada situação da nossa vida, da história, do mundo, Deus é capaz de vencer a morte, o pecado, o mal, e dar-nos uma vida nova, ressuscitada. Na morte do Filho de Deus na cruz, há o gérmen de uma nova esperança de vida, como o grão de trigo que morre no seio da terra”, (Bento XVI).
“A cruz, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos”, à luz da 2ª leitura desta liturgia, tornou-se, depois da morte de Cristo, para nós cristãos, motivo de glória. “Deus poderia ter escolhido outros caminhos para nos salvar, mas escolheu o caminho da cruz, do sofrimento. Não parou, evidentemente, na cruz, na Paixão. A Paixão conduziu Jesus à ressurreição, à vitória final sobre a morte, o pecado, o demônio” (Dom Damasceno).
“Fixemos o nosso olhar em Jesus Crucificado e peçamos, rezando: Iluminai, Senhor, o nosso coração, para Vos podermos seguir pelo caminho da Cruz; fazei morrer em nós o «homem velho», ligado ao egoísmo, ao mal, ao pecado, e tornai-nos «homens novos», mulheres e homens santos, transformados e animados pelo vosso amor” (Bento XVI).
“Nós nos gloriamos da Cruz do Senhor porque, olhando para ela, enxergamos aquele que nos amou mais que todos. Por isso fomos assinalados com a Cruz no nosso Batismo, no início da vida cristã, e também colocamos a cruz em igrejas, nas nossas casas, nos lugares de vida e trabalho, como sinal de pertença a Ele, a Jesus. Por isso, traçamos sobre nossa fronte, e em nossos filhos, o santo sinal da Cruz, e trazemos conosco a cruz sobre o coração, como testemunho de nossa pertença a Cristo e nosso amor por Ele” (Dom Odilo Scherer).
Cheios de gratidão ao Santo Padre, o Papa Bento XVI, por escolher o Brasil para a JMJ 2013, rezemos suplicando a Jesus que o conforte neste momento crucial de sua vida. Defino sua atitude como um grito profético de humildade contra a soberba e a desobediência reinante no mundo atual. Verdadeiramente é um homem profundamente despojado e apaixonado pela Igreja. Ao Papa Bento XVI, a nossa oração, o respeito e nossa solidariedade. Rezemos pela Igreja para que continue sua missão de evangelizar para que o mundo seja transformado em Reino de Deus onde a vida seja respeitada e os valores propostos por Cristo sejam assumidos por todos.
Não tenhamos medo. A vida continua. O Espírito Santo continuará conduzindo a Igreja como ao longo destes 2013 anos. Preparemo-nos bem para a JMJ que certamente será um momento único na história do Brasil, onde todos teremos a oportunidade de experimentar um grande amor de Deus por esse país tão rico, mas ao mesmo tempo tão pobre. Que este tempo que antecede à JMJ seja um tempo cheio das graças de Deus, um tempo favorável à evangelização, um tempo suficiente para que os jovens possam se envolver eficazmente na vida e na missão da Igreja. E aproveitemos da ocasião para falar de Jesus a tantos outros jovens que desconhecem a Cristo ou que dele se afastaram. Apresentemos Jesus como o único que pode nos realizar plenamente, pois ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Como discípulos missionários, vivendo com entusiasmo e firmeza a fé cristã, contagiemos os que nos circundam para que tenham a grata satisfação de experimentar a salvação que Cristo nos mereceu com sua Paixão, Morte de Cruz e Ressurreição. Seguindo o lema da JMJ 2013 - “Ide e fazei discípulos em todos os povos!”, e plenos de alegria, anunciemos Jesus Cristo aos outros jovens no Brasil e ajudemo-los a encontrar o Salvador.
A Virgem Maria, que silenciosamente permaneceu aos pés da Cruz, ajude-nos a contemplar a face de Jesus ressuscitado. Que sua presença na Igreja nos encoraje a seguirmos com fidelidade os passos de Seu Filho em busca de um mundo novo de paz e fraternidade. Amém!
Dom Celso A. Marchiori
Bispo Diocesano de Apucarana
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