Artigo

São Pedro e São Paulo

01 Jul 2024

Encerrando o mês de junho celebramos a festa litúrgica de São Pedro e São Paulo, que são considerados os dois pilares da Igreja fundada por Jesus Cristo. Que tal conhecermos um pouco da história destes dois grandes homens de fé. São Pedro: Pedro é representado nos evangelhos como o primeiro dos apóstolos. Em todas as listas ou catálogos dos nomes dos apóstolos, Pedro figura sempre em primeiro lugar. E, nos momentos decisivos, em que a missão de Cristo envolveu crise, foi sempre São Pedro, o porta-voz dos apóstolos, o primeiro a proclamar a fé na Igreja primitiva. Seu nome de família era Simão, filho de Jonas, irmão de André. Era pescador de profissão, casado, morava em Cafarnaum, quando Jesus o chamou ao apostolado. Nos evangelhos, ele aparece como um homem de temperamento impulsivo, mas leal, expansivo, generoso, e sobretudo, muito apegado ao Mestre. Jesus, aos poucos o coloca em evidência entre os apóstolos, marcando-o como seu futuro vigário na Igreja. Em Cesaréia de Filipe, Jesus diz solenemente a Pedro:”Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado também no céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado também no céu”. Nestas palavras Jesus anuncia, entre outras coisas, que Pedro é a rocha inabalável que serve de fundamento a Igreja, e na mesma, recebe supremo poder, e a ele são entregues as chaves do céu. Depois da ressurreição, às margens do lago de Genesaré, Jesus dirigiu-se novamente a Pedro, perguntando-lhe: ”Simão, filho de Jonas, amas-me mais que estes?” E Pedro respondeu: ”Sim, Senhor, sabeis que vos amo”. Por três vezes Jesus lhe fez a mesma pergunta, e diante sempre da mesma resposta Jesus acrescentou: “Apascenta meus cordeiros.” Essa era sem dúvida a investidura oficial a Pedro, de ser o Vigário de Cristo, Pastor Supremo no único rebanho do Mestre (Jo, 21,15s). Assim Pedro foi considerado o primeiro Papa da Igreja. São Paulo: Embora não tenha participado do grupo dos doze apóstolos, ficou conhecido também como apóstolo. Saulo, nascido em Tarso, região da Cilícia, jovem ainda, foi para Jerusalém onde se especializou no conhecimento da religião judaica, sua religião. Tinha o honroso título de cidadão romano, além de uma imensa bagagem cultural. Era fiel às tradições judaicas porque pertencia ao grupo dos fariseus. Homem de caráter bom e nobres sentimentos, aliados à uma força de vontade inquebrável. Acredita-se que ele não estivesse em Jerusalém no período correspondente à vida pública de Jesus, pois seria difícil explicar como ele não o tivesse conhecido, dado à popularidade de Jesus em toda a Palestina. O crescimento rápido da Igreja de Jesus de Nazaré, o aumento do número dos discípulos de Cristo, fizeram com que no coração de Saulo ardesse ódio mortal aos cristãos, por ele considerados traidores da pátria e da religião judaica. O Livro dos Atos dos Apóstolos cita seu nome pela primeira vez ao narrar a morte do diácono Estevão: ”Eles avançaram todos juntos contra Estevão, arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés do jovem Saulo” (At 7,57-58). Algum tempo depois Saulo recebeu a incumbência por parte das autoridades judaicas, de ir à Damasco, prender todos os cristãos que lá encontrasse e levá-los ao julgamento e morte em Jerusalém. Durante a viagem Saulo viu-se repentinamente cercado por uma luz que vinha do céu. Caindo por terra ouviu uma voz que lhe dizia: ”Saulo, Saulo, por que me persegues? Quem és tu Senhor? Perguntou ele e obteve como resposta: ”Eu sou Jesus, aquele a quem persegues. Mas, levante-te, entra na cidade e lhe será dito o que fazer”. Saulo, levantou-se, sem nada ver, foi conduzido a Damasco onde se encontrou com um discípulo de Cristo chamado Ananias, lá se converteu, recobrou a visão, foi batizado e recebeu o nome de Paulo (At 9,1-19). Aquele que antes era perseguidor dos cristãos, transformou-se em pregador da causa de Jesus Cristo, e em razão dessa mudança tornou-se perseguido. Paulo levou muito a sério as palavras de Jesus: ”Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. E assim iniciou suas viagens apostólicas, saindo dos domínios de Jerusalém e do território da Palestina. Ao formar algumas comunidades cristãs em locais distantes, Paulo continuou animando-as através de suas cartas, que compõem boa parte do Novo Testamento. Esses dois homens que abraçaram com amor e fé a Boa Nova de Jesus Cristo e se tornaram anunciadores dela, deixaram seus nomes escritos na história do Cristianismo. Pedro, considerado o primeiro chefe da Igreja Católica Apostólica Romana, deu seu nome a inúmeras localidades, paróquias e Igrejas espalhadas pelo mundo todo e em Roma tem sua imensa Basílica construída no Vaticano, o maior templo católico do mundo e o lugar mais visitado. Sob o altar da basílica está enterrado São Pedro, o primeiro Papa, e por esta razão, muitos Papas, começando com os primeiros, têm sido enterrados neste local. São Paulo também viu seu nome se propagar por todos os confins da terra, aqui no Brasil ele é nome de um dos estados mais importantes do país e maior cidade da América latina, bem como outras localidades civis e católicas. E em Roma tem sua Basílica chamada Basílica de São Paulo Fora de Muros, pois foi construída fora dos antigos muros que cercavam a cidade de Roma, dizem que este lugar já foi escolhido estrategicamente, uma vez que a missão de São Paulo era o anúncio do Evangelho até os confins da Terra e não somente entre os muros de Roma. Além de ser um templo belíssimo, esta Basílica tem em lugar de honra a foto de todos os Papas que passaram pela história da Igreja, com um destaque especial para o Papa atual, neste caso, Francisco. Este dois apóstolos morreram mártires, em Roma entre os anos 60 e 70. Pedro foi crucificado, porém de cabeça para baixo, pois se julgava indigno de morrer como seu mestre e Paulo foi decapitado após um longo período na prisão. Eles são modelos para todos nós. Modelos de fé, de coragem, de força e sobretudo de amor e fidelidade a Jesus Cristo. E são sem dúvida, os responsáveis pela fase inicial e bem sucedida da Igreja Católica Apostólica Romana. Cidinha Jardim