O padre Domingos Sávio Lazarin completou 25 anos de ordenação e o SAV Serviço Vocacional da Diocese de Apucarana divuglou um emocionante testemunho, preparado pelo próprio padre. Confira:
"Cresci num ambiente familiar de muita fé e unidade familiar. Recebi de meu pai a catequese que me preparou para a primeira comunhão. Em nossa casa, observava-se com rigor os dias santos e comemorações religiosas. A missa era sempre um momento de toda a família e de muito respeito e devoção. Cresci ouvindo de meus pais os ensinamentos cristãos e observando suas práticas de fé. Aos 15 anos ingressei na Pastoral do Adolescente e tornei-me catequista. Dos 16 aos 19 anos vivi um período de muitas interrogações vocacionais. Eu sabia que queria ajudar a Igreja; mas tinha
certeza que não queria ser padre! Isto mudou aos 20 anos, quando uma pergunta passou a me incomodar: “É certo que você
quer ajudar! Mas, se todos responderem não, como a Igreja terá padres?” Essa indagação tornou-se em mim inquietação; uma inquietação que não sossegou. Desde a adolescência, sempre fui curioso e questionador. Eu queria conhecer, entender, terrespostas, descobrir. Sem acesso a meios de conhecimento e informação, eu tinha a Bíblia, que lia todos os dias. Foi um período de muita leitura bíblica e oração... e a Palavra de Deus me questionava mais e mais. Quase sem saída, decidi procurar o vigário paroquial e lhe falar desta minha inquietação. Depois de me ouvir, ele me perguntou se eu queria
conhecer o seminário. Ingressei no seminário no dia 04 de agosto de 1986, pensando em responder aos tantos apelos
que a leitura bíblica me havia posto. Tinha a sensação de que havia passado anos resistindo ao chamado de Deus. Mas, havia ainda muita dúvida dentro de mim; até porque, em casa estava apenas minha mãe e eu. Assim, eu pedia a Deus que me ajudasse a fazer um discernimento correto para responder do melhor modo. Queria também ajudar as pessoas na fé e na vida, além de anunciar com clareza, convicção e profundidade a vontade de Deus. Eu queria poder adquirir e dar a outros do que eu tinha sede.O seminário, em todo o seu período, foi um tempo que eu só posso lembrar com alegria e agradecimento. Mesmo com as dificuldades naturais, cresci muito, ao ir percebendo que muito do atrativo inicial ia dando lugar ao essencial.
Como padre, tenho me convencido sempre mais que esse essencial vocacional é o reconhecimento do amor de Deus. “Antes de te formares no ventre materno, eu te conheci; antes que viesses à luz, eu te consagrei...” (Jr 1,5). Entendi que não estão em primeiro lugar nossas capacidades, nossas habilidades, nossos méritos, e nem nosso escore intelectual. E nem se origina em nosso amor. Nasce da percepção de que Deus nos ama profundamente e nos chama à comunhão com Ele! O primeiro
passo é o acolhimento desse amor grandioso. A vocação é resposta a esse amor! Desta percepção, decorre outra: a de que nós só podemos responder a Ele através de uma abertura longa e árdua, percorrendo o caminho da conversão intelectual até a do amor. É a compreensão de que Deus parece preferir contar com a colaboração humana. Um empenho que não pode humanamente frutificar sem a misericórdia de Deus. Como um agricultor que prepara o campo para receber a semente (Lc 8,5-7). É isto que continua me animando vocacionalmente: sei que Deus me ama, apesar das minhas limitações e pecados, e sei que, como filho e discípulo, Ele me chama a aprender dEle, para ser missionário e testemunha no hoje em que vivo. Por
isso, buscar estreitar a comunhão com Ele, como ramos da videira (Jo 15,1-5), é uma necessidade, e anuncia-lo é um dever: “Quando tiverem feito tudo o que lhes mandarem fazer, digam: somos servos inúteis; fizemos o que deveríamos fazer” (Lc 17,10). A alegria de ser padre vem, em primeiro lugar, de poder ser instrumento da graça de Deus. E embora eu continue sendo um homem pecador, sei que nestes anos eu pude, como padre, ser ‘presença de Deus’ para muitos que passaram pela minha vida. Mas, cresce também em mim a consciência de que a vida presbiteral é uma participação na cruz de Jesus Cristo (cf. Mt 16,24). Não é possível ser padre sem estar disposto a assumir a cruz, que nos vem de muitos modos. E isto é algo que perpassa a vida presbiteral: a luta humana como constante esforço para entregar-se, de modo que possamos ser instrumento adequado e facilitador para que Cristo seja tudo em todos (1Cor 15,28). Não obstante o barro de que sou humanamente constituído, continuo ouvindo de Deus “A ti, basta-te a minha graça” (2Cor 12,9). E mesmo que tantas vezes, quando me vejo pecador e tenho a sensação de indignidade, me recobro ao lembrar de que “O que é loucura para o mundo, Deus escolheu para confundir os sábios” (1Cor 1,27)."
Ao padre Domingos Sávio Lazarin os agradecimentos, por partilhar conosco seu testemunho vocacional.
Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Igrejinha) - Apucarana
sav- serviço de Animação Vocacional, Diocese de Apucarana- Construindo a Cultura Vocacional.
#savdeapucarana
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