“O coração do homem considera o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.” (Prov 16,9) Celebramos em 25 de julho, o dia de São Cristóvão e, vinculado a esta data, celebra-se o Dia dos Motoristas. São Cristóvão, em sua história de vida, ficou conhecido por sua força física e pela sua história de conversão à Cristo. Usando sua forte e robusta compleição física, antes de conhecer o Cristo, servia aos senhores do mundo, para ganhar reconhecimento a respeito de sua força descomunal. Conta a história que chegou até a servir ao demônio, imaginando ser ele mais poderoso que todos os reis aos quais havia servido. Seu orgulho fazia com que ele buscasse cada vez mais o reconhecimento próprio para que se sentisse importante aos olhos do mundo. Mas nada disso o satisfazia, sempre estava a buscar maior fama. Ao saber sobre Jesus e que nada nem ninguém era maior e mais importante que o Filho de Deus, passou a fazer coisas boas para, justamente, agradar ao próprio Jesus e ser notado por Ele. Para isso, fez morada nas proximidades de um rio caudaloso, difícil de atravessar e passou a carregar em seus ombros as pessoas mais frágeis e necessitadas de ajuda. Certo dia, uma criança apareceu-lhe pedindo seus serviços. Pensando ser uma tarefa muito fácil, pegou-a e iniciou a travessia. Acostumado a carregar pesos enormes, foi sentindo que o peso em seus ombros aumentava a cada passo. Intrigado, comparou o peso da criança com o peso do mundo. Ao saber que carregou nos ombros o Criador do mundo, converteu-se inteiramente ao Senhor e passou a dar testemunho de sua fé, até chegar ao martírio. Comparando a história de São Cristóvão com as tantas histórias dos motoristas e caminhoneiros que rodam nossas estradas, de forma incansável, dia após dia, longe seus familiares e de suas raízes, numa prestação de serviço muitas vezes sem reconhecimento, podemos imaginar suas angústias e dificuldades. Como São Cristóvão, que carregou Jesus aos ombros, os motoristas transportam cargas pesadas para o sustento e o progresso da nossa nação através de suas longas e difíceis jornadas pelas estradas deste Brasil tão imenso que, em muitos lugares são como rios caudalosos, perigosos e de difícil acesso, enfrentando a solidão da viagem, onde a principal companhia é a fé na proteção da Virgem Maria. Verdadeiros heróis do transporte, os caminhoneiros não temem as tantas dificuldades e precariedades ao longo do caminho. São muitas as categorias de motoristas, dos caminhões de transportes de cargas aos demais meios de locomoção como ônibus, taxis, ambulâncias e socorristas, motoristas particulares, enfim, todos que têm suas mãos a responsabilidade de dirigir nas cidades ou nas estradas, levam consigo, em suas conduções, vidas preciosas: famílias e trabalhadores, estudantes e passageiros, a maioria desconhecidos, mas que são importantes para alguém que os esperam. Na maioria das vezes sem ter o reconhecimento merecido por parte de quem utiliza seus serviços, os motoristas não desistem de suas lutas por melhores condições de trabalho para si mesmos e para os que deles dependem, numa árdua missão de contribuir para o progresso e bem-estar do povo brasileiro. A eles, heróis das estradas e das cidades, que, em meio ao trânsito urbano e rodoviário se desdobram num verdadeiro doar-se à população em geral, nossas orações e nosso agradecimento. Que São Cristóvão interceda por todos os motoristas, livrando-os dos acidentes e das intempéries da vida, para que possam voltar, sãos e salvos ao aconchego de seu lar e ao abraço de seus familiares, após cada jornada de trabalho. +Dom Carlos José Bispo da Diocese de Apucarana - Paraná
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