Dia mundial da missão

20 Out 2022
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“Recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judéia e Samaria e até aos confins do mundo”. (At 1,8) Após pronunciar as palavras acima, num de seus últimos diálogos com seus discípulos, depois de sua Ressurreição, Jesus sobe aos céus e senta-se à direita do Pai. E virá, conforme sua promessa, em esplendor e Glória, no final dos tempos. Entretanto, poderá acontecer, não sabemos quando ou como, que O vejamos muito antes de sua vinda gloriosa, quando partirmos dessa vida e Ele peça que nós lhe apresentemos nossas obras missionárias, os frutos de nossa vocação evangelizadora enquanto vivemos neste mundo. Somos a Igreja de Cristo, o povo escolhido, eleito e amado, pelo qual Jesus derramou seu precioso Sangue abrindo-nos as portas da Salvação eterna. Sua Vida, Paixão, Morte, Ressurreição e Ascenção nos garantiu a infalível presença do Espirito Santo que em tudo nos auxilia para que sejamos autênticos na fé, no seguimento e no anúncio da Boa Nova. A Igreja de Cristo é missionária por natureza e essa missão consiste em tornar Cristo Amado e conhecido por todos os povos. Esse é o princípio da evangelização, é o mandato de Jesus dado aos seus discípulos: Ide e evangelizai! Desde o princípio, da Criação do mundo até ao nosso tempo, e assim se dará até o fim, Deus desejou necessitar de nós para sermos juntos com Ele, unidos à sua Igreja, construtores do amor, da paz e da comunhão entre os povos. Somos todos missionários, operários na vinha do Senhor, em todo tempo, em todo lugar, cada qual com sua vocação própria, sua profissão, seu dom e seu carisma pessoal. O missionário não fala de si mesmo, de suas obras ou de seus prodígios, isso seria um tanto descabido e por vezes, nem tão interessante; a maior honra que recebemos é a de anunciar Aquele que É, que Foi e que sempre Será o Maior e Único Digno de todo louvor e Adoração: Jesus, O Verbo Encarnado, que sendo verdadeiramente Deus, se fez Homem, como nós, exceto no pecado, amando-nos até a morte de Cruz, para nos resgatar da condenação eterna. Jesus é o primeiro missionário do Pai, e como tal, envia seus discípulos e toda a comunidade formada pela Igreja, que somos nós, como testemunhas fieis em missão, para, hoje, sermos os responsáveis para que Ele seja realmente conhecido pelo que verdadeiramente é: Deus feito Homem, o Amor feito Carne, Deus que habitou entre nós. Atualmente fala-se sobre tudo e todos, porém há muito escrúpulo quando se trata de evangelizar, de ser missionário, seja por medo de se expor, de mostrar-se cristão de verdade, ou por falta de argumentos, cala-se a voz, deixando passar a oportunidade. Voltando o olhar à realidade, nota-se que, em meio a tanto conhecimento e informações, notícias e novidades, tornou-se meio que um tabu falar sobre Cristo e, quando se fala, geralmente, é de maneira tão supérflua ou fora de contexto que chega a causar falsos entendimentos ou mesmo desinteresse por parte de quem ouve. Falar de Cristo, anunciar a Boa Nova exige de nós uma força que vem do alto: a unção do Espírito Santo, nossa entrega total Àquele que não nos desampara e nos dá a ousada alegria de evangelizar com coragem. Tenhamos consciência: se amamos a Cristo é por que O conhecemos, se O conhecemos, alguém O anunciou a nós. Então, não podemos reter essa alegria apenas para nós, nem delegar a outro que o faça em nosso lugar, sejamos esse alguém que partilha o anúncio, que testemunha esse encontro, afinal, ninguém ama o que não conhece. E só se conhece quando se apresenta. Apresentemos Jesus ao outro, com nosso testemunho e atitudes, sob a ação do Espírito Santo, unidos à Igreja de Jesus e à Palavra que anima e evangeliza sempre. Onde ser missionário? Nos confins do mundo? Sim, se for necessário! Mas, principalmente, ser missionário onde Deus nos coloca: em meio a nossa família, no trabalho, no lazer, junto ao amigos, no ônibus, na sala de espera dos consultórios, com o terço nas mãos em oração, fazendo sobre nós, em nossos filhos e netos o Sinal da Cruz ao deixá-los na escola, aos nos despedirmos deles, não importando a idade que tenham, rezando em família, agradecendo antes das refeições, participando das Missas, assumindo nossa identidade cristã com fidelidade e alegria, participando com comprometimento das pastorais paroquiais, enfim, sendo cristãos fieis à Igreja de Cristo e sua Doutrina. Quando faltarem palavras, que imitemos a Virgem Santíssima, que, com seu silêncio, testemunhou com gestos que Jesus é o alicerce, Caminho, Verdade e Vida. +Dom Carlos José Bispo da Diocese de Apucarana – Paraná


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