“Se conhecêsseis o dom de Deus e quem é que te diz: ‘dá-me de beber, certamente lhe pedirias tu mesma e Ele te daria uma água viva”. (Jo 4,10) A mulher, por possuir o primado do coração, tem em suas mãos a capacidade de trazer uma nova alma à sociedade atual, tão infectada pelos erros e pecados da humanidade. (Papa Paulo VI). Na obra da criação, Deus desejou que a vida brotasse da união entre homem e mulher, desejou que a partir deles, houvesse a continuidade da construção do mundo. Por terem sido a criação perfeita do Pai, há igual dignidade em ambos, um sem o outro, não geram vida. A mulher é a nossa primeira morada, nosso abrigo seguro, nosso sustento antes do nascimento. Ela, com seu corpo preparado nos mínimos detalhes é a grande cooperadora de Deus pois em seu ventre brota a vida. Sonhada no coração do Pai, a vida nova se prepara no útero e nasce para cumprir os planos do Criador! Ao presentear a mulher com o dom de gerar e cuidar de vidas, Deus mostra a todos a grandeza de seu amor e confiança no ser humano. E, àquelas que não geram do próprio corpo, o Pai as fazem capazes de cuidar e gerar com o coração os filhos abandonados de outras mulheres, como se fossem seus. “Mulher! Eu me pergunto, que ser é esse, meu Deus, que acolhe quem não tem acolhida, que adota e ama de forma incondicional, assumindo riscos e se empenhando para vencer as dificuldades diárias de um ser nascido no coração?” O que falar das mulheres que se doam à Igreja de Cristo, se consagram a Jesus e para Ele vivem, auxiliando com seus dons o caminhar da evangelização, seja como missionárias em terras longínquas, ou em instituições de caridade, a não ser que são tão especiais e valiosas. Como é fantástica a natureza da alma feminina, com sua beleza, inteligência, delicadeza e doçura, que unidos a sua evidente firmeza, instinto e coragem, fazem da mulher uma força capaz de transformar o mundo. Cada mulher tem em seu íntimo, os traços da santidade da mulher mais importante da história: Maria de Nazaré. A Virgem, que ao dizer sim a Deus, transformou os rumos da humanidade ao deixar-se fecundar pelo Espírito Santo. Aquela que gerou Jesus, com poucas palavras e muita discrição, pediu ao Filho e a transformação da água em vinho aconteceu. Não foram precisos gritos, imposições ou demonstração de poder, a Mulher escolhida notou, com sua perspicácia, a necessidade do momento e intercedeu. A Mãe de Cristo é a mulher que ensina, ainda hoje, o quanto a mulher pode fazer quando descobre sua verdadeira vocação que é a de restaurar vidas e famílias para Deus. Não uma restauração ideológica ou fantasiosa que desconstrua a dignidade feminina, fazendo da mulher uma pessoa indiferente ou meramente competitiva, solta nessa imensa massa de novidades e conceitos puramente humanos que, ao final das contas querem apenas igualar tudo e todos, como se todos fossem iguais. A mulher traz em si uma vocação toda especial, ela carrega a marca indelével de sua criação: colaborar de forma indispensável para que o mundo se torne um lugar mais humano, caloroso e solidário. Vejamos: quem quase sempre dá o primeiro passo quando se trata de socorrer alguém em dificuldades, ou quem, geralmente toma à frente na defesa da vida dos seus? A mulher, claro. Ela, doce criatura que deixa deformar seu corpo para que outro se forme dentro de si! A mãe que, esquecendo-se de si mesma, põe os filhos em primeiro lugar. Mulher que não mede esforços para manter a família unida, que dobra os joelhos, mas dobra principalmente o coração em preces quando sabe que o impossível pertence a Deus. Mulher, todos os dias são teus, seja menina, moça, senhorita, senhora, viúva, consagrada, religiosa, voluntária, mãe solteira, mãe sozinha, empresária, batalhadora, corajosa, sim, todos os dias são seus. Mulheres que fazem jornada dupla para sustentar a casa, ajudar seus maridos e ainda sorriem, dando graças a Deus pelo cansaço diário. Como a Samaritana, a mulher precisa se abastecer da Água Viva que é Cristo e, largando o cântaro à beira do poço, tomar posse da graça generosamente derramada por Deus sobre ela. Como a Virgem Maria, a mulher de fé pode apontar caminhos novos que levem à unidade e a paz, sem precisar levantar a voz, sendo verdadeira protagonista sem ser revolucionária, sendo uma mulher segundo o Coração de Jesus. Deus abençoe cada mulher e faça crescer em seus corações o desejo de reconstruir o Reino de Deus, para si mesma e para os outros! +Dom Carlos José Bispo da Diocese de Apucarana
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