“Sede, portanto, perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito” (Mt 5, 48)
Jesus nos convida à santidade de vida para que alcancemos a feliz ressurreição. Nossa caminhada neste mundo é temporária, somos homens e mulheres num processo contínuo de formação e transformação. Nunca estamos totalmente prontos ou preparados a ponto de dizermos ‘já vivi e aprendi tudo o que devia’. Pelo contrário, nossa natureza é inquieta e ao mesmo tempo curiosa, estamos sempre à procura de algo que nos preencha e sacie nossas expectativas, que são tantas. Há em cada cristão uma sede de infinito, de um ponto de chegada, que, parece nunca acontecer. Essa busca frenética foi expressada muito bem por Santo Agostinho, em seu processo de conversão “Fizestes-nos para Vós e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em Vós” (Confissões. I, 1,1). Só seremos saciados a partir do momento em que nos voltarmos para Deus e tomarmos posse de suas promessas de vida eterna. Ao celebrarmos a festa de Todos os Santos e o Dia de Finados, somos confrontados com duas realidades diferentes: o chamado à santidade já aqui nesta vida e a certeza da morte. Nossa morada, nosso destino é o Céu, é a Casa Paterna, onde viveremos a Comunhão dos Santos, junto aos que nos precederam e já contemplam a Face do Pai. Nossa referência de santidade é Cristo por primeiro e a Virgem Maria, que em tudo viveram a vontade do Pai. Temos os demais Santos e Santas, conhecidos pelo nome ou não, que habitam na Casa do Pai e, como eles, devemos ter como meta permanecer em Deus e permitir que Ele permaneça em nós, mostrando-nos o caminho da santificação e nos auxiliando a seguir esse difícil, mas possível trajeto. “Não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da que está para vir” (Hb 13, 14). O que nos trona capazes de atender o convite de Jesus a sermos santos é a decisão pessoal de nos encontrarmos com Ele e, conhecendo-O, mudar o rumo de nossa busca, deixando que Ele sacie nossa sede, nos auxilie a deixar a vida de pecado, nos conduzindo a um processo de conversão que nos faça entender que não somos daqui, que estamos apenas de passagem e devemos aproveitar cada momento para nos santificar e levar os outros à santificação. A morte não é o fim! Cristo é a prova Viva da feliz eternidade, sua Ressurreição nos garante esse prêmio, não por méritos nossos, mas pelo Sangue derramado na Cruz. A Festa de Todos os Santos deve nos encher de esperança e fortalecer nossa fé, dando-nos coragem de sair de toda situação de pecado que nos imobiliza, para caminharmos rumo à Pátria Celeste, onde está a morada perfeita do Amor! Nesta Festa de Todos os Santos, peçamos o auxilio precioso desses que tiveram coragem de seguir os Passos de Jesus, dizendo sim aos planos de Deus. No Dia de Finados, rezemos pelos que já partiram, pedindo que Deus tenha misericórdia das almas que padecem no Purgatório, à espera da necessária purificação. E tenhamos a coragem de pedir à Virgem Maria e a São José que intercedam por nós na hora de nossa morte, para que sejamos purificados de nossos pecados e admitidos na Morada Celeste, junto aos Santos de Deus.
+Dom Carlos José
Bispo da Diocese de Apucarana - Paraná
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