“Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração.” (MT6,21)
Meu Senhor e meu Deus, vosso amor é o meu maior tesouro! Que vosso Espírito Santo inunde o meu coração ao menos com uma parcela do vosso amor, a fim de que eu me transforme, nessa Quaresma, conforme o vosso querer! Amém. A Quaresma é por si só, um tempo de purificação pessoal, de reconciliação com Deus e com os irmãos. É o tempo de tomarmos posse da salvação e também de nos empenharmos em anunciar a todos essa mesma salvação. Somos chamados a avaliar nossa conduta social no que diz respeito a nossa vida fraterna, mais precisamente quanto ao nosso relacionamento com o próximo. Precisamos olhar mais além nesse tempo quaresmal para, de fato, transformarmos nossa penitência e jejum em atitudes concretas de doação ao próximo, caso não seja assim, será apenas mais uma quaresma. O cristão de verdade ajuda, partilha e doa, não o que lhe sobra, mas faz da doação um gesto de amor ao que vive exclusivamente do auxílio que quem pode doar. Muitos pensam que apenas os que possuem mais devem doar, ou que o valor a ser doado precisa ser vultuoso, algo que faça uma grande diferença a quem recebe, porém, lembremo-nos que dar um pouco do que temos a quem tem menos que nós, é valioso aos olhos de Deus. O Tempo da Quaresma é justamente adequado para revermos o quanto retemos para nós, o quanto desperdiçamos em nosso cotidiano com futilidades, com excesso de alimentos que são jogados no lixo, com o consumismo exacerbado, enfim, é preciso perceber que o que desperdiçamos, faz falta para quem nada tem. No dia 24 de março, Domingo de Ramos acontecerá o dia da Coleta da Fraternidade. Nesse dia, todos são convocados a fazerem a doação referente ao gesto penitencial feito durante a Quaresma. Não sabe para quem doar? Em nossa Diocese, estipulou-se que, do valor arrecadado, a parte que cabe por direito a nós, será direcionada a todas as entidades e casas de assistências às pessoas idosas de nossas 61 Paróquias: Asilos, Casas de Repouso, Abrigos e entidades não particulares que, em sua maioria, são assistidas pela Sociedade São Vicente de Paulo, que ao longo do ano fazem um trabalho excepcional de cuidados aos senhores e senhoras idosos que não possuem famílias ou que por elas foram abandonados. Essas entidades, vivem exclusivamente de doações e nada mais justo que destinarmos recursos para auxiliar tão importante causa. Reforçamos que esse gesto de doação quaresmal não é um pagamento ou uma simples obrigação pessoal, e sim, é uma atitude de quem se propõe a mudar a direção de sua vida, a olhar o próximo e enxergar nele o Cristo Crucificado e Ressuscitado, que salva a todos, sem distinção. Também, esse gesto de doar a essas entidades deve nos lembrar que hoje, essas pessoas que estão sendo cuidadas dependem de nossa ajuda e de tantos que se dispõem a cuidar delas no dia a dia. Amanhã, talvez, precisemos cuidar ou ser cuidados. Sejamos generosos, dando mais do que aquilo que economizamos em nossas penitências e jejuns e, caso não economizamos nada, doemos muito mais. Sejamos humildes e generosos, como Nossa Senhora de Lourdes, que intercede por nós nessa caminhada quaresmal.
+Dom Carlos José
Bispo da Diocese de Apucarana - Paraná
Escreva seu comentário