Il-?amrun, Malta 9 de setembro de 2024 Caros irmãos do presbitério, Como muitos sabem, vim de minha terra, Malta, como seminarista, em 1969, faz quase 55 anos, depois do primeiro ano de teologia, e, dali um ano, terminado o segundo de teologia, passei para a diocese de Apucarana, para a qual fui ordenado, há mais de 52 anos, e à qual tenho servido como presbítero todos estes anos. Já fazia um certo tempo que pensava sobre o meu futuro, com a ideia de, num futuro mais ou menos próximo, voltar definitivamente para minha terra. Pensava em servir talvez mais um ano e, a partir daí, começar a encaminhar esta minha volta. Mas, a proposta de eu sair da Paróquia que estou servindo a apenas três anos, para começar numa nova paróquia, mudou a situação. Não me via em condições, físicas e psicológicas, de enfrentar uma mudança, com todo o transtorno que ela traz, para, dentro de um ou dois anos fazer a grande mudança de volta para Malta. Pensei bem, rezei, me aconselhei e cheguei à conclusão de adiantar a decisão e voltar agora definitivamente para minha terra. Conversei com Dom Carlos e ele aceitou a minha decisão, que agora quero comunicar a todos vocês. Não é uma decisão fácil. Deixei Malta com 21 anos de idade e agora estou com 76. Toda minha vida presbiteral foi na nossa querida Diocese. Mas vejo que dei um contributo válido para a querida Diocese, e, por várias razões, algumas bem pessoais e outras nem tanto, posso, sem problema de consciência, voltar para minha diocese de origem. De fato, enquanto que 55 anos atrás havia uma fartura de padres em Malta e uma grande falta no Brasil, agora a situação mudou bastante. O número de vocações no Brasil tem aumentado muito, enquanto em Malta ele tem baixado consideravelmente. Colegas da minha turma, todos eles mais velhos que eu, e mesmo os de turmas anteriores, continuam em posições de responsabilidade na Diocese e nas paróquias e, mesmo assim, há dificuldade para atender todas as necessidades. Estarei de volta ao Brasil no dia 25 deste mês e começarei o processo, complicado, de me transferir aqui para Malta. Pedi, e Dom Carlos aceitou, para ficar em Lobato durante este processo, que prevejo levar alguns meses, pois tem muita coisa a resolver, coisas a dispor, e outras a encaminhar. Nesse meio, estarei à disposição para dar uma ajuda, principalmente na região, que, é claro, será limitada pela prioridade de encaminhar minha saída. Mas essas são coisas que serão resolvidas conforme surgirem. O espírito de serviço à Igreja continua, e o Espírito vai continuar iluminando e apoiando. Não estou me despedindo ainda. Pelo contrário, logo estarei de volta no meio de vocês. Conto com a compreensão e o apoio de todos. Só posso agradecer a Deus, aos bispos e aos colegas, e, mais ainda, ao querido povo que procurei servir, e espero ter a possibilidade de expressar isso mais pessoalmente neste prazo de retorno entre vocês. Continuemos rezando uns pelos outros e um grande abraço a todos. Até breve. Pe. Miguel (Michael Pace)
Escreva seu comentário