Ó Pai nosso, livrai-nos do mal!

14 Nov 2024
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“Graças sejam das a Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor!” (Rm 7,25) O Pai-Nosso, a “Oração do Senhor”, é única, pois, brotou dos lábios de Cristo, que é quem nos dá as Palavras que o próprio Pai lhe deu! Completa em si mesma, o Pai-Nosso não se reduz a uma simples fórmula a ser repetida, mas contém em si o “resumo de todo o Evangelho”. Ao rezarmos o Pai-Nosso, imbuídos do verdadeiro espírito de fé, estamos adorando o Pai ao dizermos ‘santificado seja o Teu Nome’; demonstramos nossa submissão a Ele ‘seja feita a Tua vontade’; confiamos nossa vida à sua providência ‘o pão nosso de cada dia nos dai hoje’; reconhecemos nossos pecados e liberamos nosso perdão a quem nos ofendeu, ‘perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido’, pedimos proteção para nós ‘e não nos deixeis cair em tentação’ e, saindo de nós mesmos, rogamos para que o mundo inteiro seja livre do maligno que teima em nos afastar do Salvador ‘mas livrai-nos do mal’ . Esse rogo final refere-se a que sejamos preservados da ação do ‘maligno’, Satanás, que espreita nossa frágil humanidade desde sempre, pronto a nos afastar do caminho da santidade. Jesus, Mestre e Senhor, que foi tentado pelo maligno no deserto, suplicou ao Pai que seus discípulos fossem preservados do mal: “Pai, não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserve do mal” (Jo 17,15). Esse pedido de livramento do mal vai além de nós mesmos. Refere-se a que a humanidade seja libertada de todos os males, presentes, passados e futuros causados pelo Maligno, o tentador que, vencido por Cristo na Cruz, não se cansa de nos tentar para que nos afastemos da salvação. Temos sim um acusador, um inimigo que, opondo-se à de Deus, se atira no meio de seus planos de amor para tentar impedir que a ‘obra da salvação’ seja realizada em nós, por Cristo Jesus. Neste último pedido do Pai-Nosso, a humanidade, unida à Igreja de Cristo, implora ao Pai o dom precioso da paz e a graça de esperar perseverantemente o retorno de Cristo. Se no início, reconhecemos que Deus é Pai da humanidade toda, é o Pai-Nosso, ao terminarmos, nos unimos em oração uns pelos outros, assentindo com os lábios que todos nós, iguais perante Deus, necessitamos da proteção e do auxílio Divino para lutarmos contra a tentação daquele que é inimigo de Deus e quer nossa perdição. A Oração do Senhor, o Pai-Nosso, nos torna iguais, sujeitos à provações, tentações e males, porém, nos faz reconhecer que somos irmãos em Cristo, criados à imagem e semelhança do Pai e que só venceremos o inimigo se perseverarmos juntos em oração, rumo à Salvação Eterna. Amém. +Dom Carlos José Bispo da Diocese de Apucarana - Paraná


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