MAIO MARIANO – MÊS DA VIRGEM MARIA
“Ave cheia de graça, o Senhor é contigo”. (Lc 1,28)
Cada vez que rezamos uma Ave Maria, reconhecemos que Ela, a Mãe de Jesus, é a mulher escolhida por Deus, habitada por Ele e, por isso, repleta da Graça Divina em plenitude! São João Paulo, devoto fervoroso da Virgem Maria, declarou: “O mês de maio nos estimula a pensar e a falar de modo particular dEla. De fato, maio é o seu mês”. Ecoa em nós as celebrações do Tempo Pascal, tão profundas e marcantes em todos os corações que acolhem o Cristo Ressuscitado. E, junto ao Ressuscitado, está sua Mãe, Maria Santíssima. A vivência da Ressurreição de Cristo nos chama a abrirmos o nosso coração de forma toda especial para a Virgem Maria, Mãe de Deus, pois, estando Ela ao lado de Jesus do começo aos Céus, nos assumiu aos pés da Cruz, como filhos seus. E essa adoção materna nos garante sua presença até o nosso fim neste mundo, e nos dá a esperança de um dia vê-La, com Jesus, face-a-face. Por ser maio o mês das mães em muitos países, também o dedicamos à Mãe de todos os homens, o que torna esse mês profundamente Mariano, onde se intensificam as homenagens e celebrações em honra à Mãe de todos nós. No mês de maio europeu, de onde herdamos a devoção Mariana, celebra-se o tempo do reflorescimento da natureza, o desabrochar das flores, a vida que brota da semente plantada. Sendo a Virgem Maria escolhida para dar a vida ao Filho de Deus, Ela, recebendo a semente da Salvação em seu ventre, fez desabrochar a Palavra Viva que dá vida nova ao mundo, restaurando a natureza humana através do seu sim. Foi a primeira cristã, pois aceitou Jesus antes mesmo de ser fecundada, foi a única a viver a mais forte ação do Espírito Divino, ao permitir-se ser habitada por Ele para gerar Jesus, que é Deus! “Arca da verdadeira aliança’, também foi a primeira testemunha e missionária da Boa Nova do Pai, evangelizando com a própria vida, não querendo reconhecimento nem dádivas, mas nos direcionando a amarmos a Santíssima Trindade acima de tudo. Desde os primórdios do descobrimento do Brasil, a devoção Mariana foi introduzida pelos jesuítas, os primeiros evangelizadores dessa terra, até tornar-se o que é hoje. Nos primeiros séculos, a devoção à Virgem Maria era muito forte, sobretudo entre o povo mais simples que encontravam Nela consolo, força e esperança diante dos sofrimentos e opressões da época. Com o passar dos anos, essa devoção Mariana não pode ser aplicada apenas aos mais humildes e necessitados! Em tempos de tantas tribulações pelas quais passa a humanidade, difícil é encontrar quem a Ela não recorra, como Medianeira de graças e livramentos. Essa mesma devoção à Mãe de Deus nasce em nós quando reconhecemos a sua dignidade, santidade, virtudes e solicitude para conosco. É fato que chegar a Jesus por meio de Nossa Senhora tornou-se um caminho de fé, pois Ela é a Medianeira e Socorro dos que a Ela se dirigem com confiança. Pedir à Mãe é ter a certeza de sermos atendidos pelo Filho! Inúmeros Santos alimentavam sua fé através da devoção Mariana, aprendendo a amar Jesus e sua Palavra, como Ela amou. “Maria era feliz porque ouviu a Palavra de Deus e a pôs em prática; guardou mais a Verdade de Cristo na sua mente do que o corpo de Cristo no seu seio”. (Santo Agostinho de Hipona). Maio nos apresenta duas datas a serem celebradas com carinho e dedicação pela Igreja e pelo povo fiel, em honra à Virgem Maria. No dia 13, celebramos Nossa Senhora de Fátima e no dia 24, Nossa Senhora Auxiliadora. Ambos os títulos têm, cada um, sua história e importância na vida da humanidade. A Auxiliadora, como diz o nome, é invocada nos momentos mais atribulados, onde a vitória sobre uma causa ou necessidade se torna humanamente impossível e só é alcançada sob o auxílio da Mãe de Deus. Em Fátima, Nossa Senhora vem, como Mãe amorosa e zelosa que é, nos alertar sobre a necessidade da oração contínua, da penitência e da conversão como forma de salvação em Cristo Jesus. Em todas as aparições da Virgem Maria, o pedido é sempre o mesmo: “Fazei tudo o que meu Filho vos pedir” (Jo 2,5). E esse fazer tudo, realmente é tudo: oração contínua, conversão diária, vida eucarística, missão e evangelização, vida sacramental, ou seja: seguir os passos de Jesus e seus ensinamentos, amando a Deus sobre todas as coisas, sempre sob o auxílio e proteção da Virgem Maria, nossa Mãe e Rainha. Celebrada e conhecida com inúmeros títulos que A reverenciam mundo afora, a Mãe de Deus é única: a mesma Virgem Maria, a Mulher do sim mais importante da história da humanidade. Saudemos Maria, em maio, e todos os dias do ano, invocando-A sempre: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo! Amém.
+Dom Carlos José
Bispo da Diocese de Apucarana