SANTO ANTONIO, SÃO JOÃO E SÃO PEDRO - MODELOS DE FÉ A Igreja celebra três grandes Santos no mês de junho: Santo Antônio, São João e São Pedro. Esse mês é popularmente conhecido pelas Festas Juninas e suas tradicionais celebrações Brasil afora, que foram introduzidas em nossa cultura através dos colonizadores portugueses. Celebrar com festas típicas essas datas é muito salutar, pois a partilha de comidas e bebidas típicas unem as comunidades num gesto de fraterna alegria. Porém, não podemos ficar apenas nas festas, sendo necessário conhecer um pouco mais da vida desses grandes santos, sua importância na Igreja e em nossa caminhada cristã. Santo Antônio, comemorado no dia 13, é muito conhecido como ‘santo casamenteiro’, mas sua missão vai muito além disso. Discípulo fiel de Cristo, renunciou às honras do mundo servindo, com humildade, aos mais pobres e necessitados. Sua profunda fé na Providência Divina, fez com que o pão fosse repartido entre os pobres e famintos e, ao mesmo tempo, não faltasse à mesa dos frades no convento onde vivia. No seu dia, a Igreja abençoa o pão doado pelos fiéis e o reparte entre os devotos, ensinando a cada um de nós o valor da partilha e da caridade: quem partilha o pouco que tem, recebe de Deus o necessário para si mesmo. Com fé autêntica, Santo Antônio sempre se colocou em defesa dos princípios cristãos e nos ensina, ainda hoje, a pedirmos ao Pai a cada dia: o Pão da Palavra, da fé, da obediência e da prática da caridade. O pão de Santo Antônio nos remete à Eucaristia, que devemos incessantemente buscar como alimento e força para o sustento de nossa caminhada. Reconhecido pela Igreja como exímio pregador, sua língua, seu principal instrumento de evangelização, encontra-se exposta, intacta, num relicário, na Capela do Tesouro da Basílica de Pádua. Santo Antônio foi proclamado como Doutor da Igreja Universal, por ter colocado Cristo no centro de sua vida, de seu pensamento, ação e pregação. Mais que partilhar o pão, Santo Antônio partilhou a Palavra de Deus, levando as pessoas à conversão e ao caminho da santidade. No dia 24, comemora-se São João. Diferentemente do comum, que é comemorar o dia da morte do Santo, São João é comemorado em seu dia de nascimento, que ocorreu cerca de seis meses antes do de Jesus. Considerada estéril, Isabel, prima da Virgem Maria, agraciada por Deus, concebeu já na velhice, e deu à luz a João, o precursor de Cristo. João é aquele que, ainda no ventre de Isabel, reconhece Cristo no ventre de Maria Santíssima e estremece de alegria. Último dos profetas do Antigo Testamento e primeiro no Novo, João, conhecido como o Batista, pregava o batismo da conversão e anunciava a vinda do Messias. Por causa de seu carisma muitos pensavam que ele era o Messias, mas ele respondia: “Eu não sou o Cristo. Eu não sou digno de desatar nem as correias de suas sandálias” (Jo 1-27). Reconhecendo que ele próprio deveria ser batizado por Jesus, batizou-O, e disse “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Por seu testemunho convicto dos valores do Reino, João foi decapitado, ainda jovem, após cumprir fielmente sua missão. Deixa-nos o legado da fidelidade a Cristo e à missão pessoal a que somos chamados em nosso Batismo: anunciar a Cristo, custe o que custar. No dia 29, celebra-se a festa de São Pedro, um dos primeiros discípulos a ser chamado por Jesus. Chamado Simão, tinha origem simples e era pescador, como seu irmão André. Foi chamado por Jesus de Cefas, cujo significado nos remete ao que ele seria no futuro: a rocha firme na edificação da Igreja de Cristo. De personalidade forte, embora intempestivo às vezes, possuía o carisma de liderança e sempre estava entre os três discípulos mais próximos de Jesus. Moldado por Cristo, professou sua fé ao responder-Lhe: “Tu És o Cristo, o Filho de Deus vivo! ” (Mat 16-16). Também declarou seu amor a Jesus ao dizer-Lhe: “Senhor, sabes tudo, Tu sabes que Te amo. ” (Jo 21, 17). Primeiro Papa da Igreja Católica, São Pedro foi o primeiro a pregar o Evangelho no dia de Pentecostes. Seu Ministério à frente da Igreja Primitiva foi essencial para a caminhada dos primeiros cristãos e seus ensinamentos são claros também para nós hoje: devemos avançar para as águas mais profundas e sermos, pescadores de homens num mundo que deseja mais afogar os homens no pecado do que pescá-los para o caminho da santidade. Como Santo Antônio evangelizemos. Como São João, apontemos o Messias para os irmãos que não O conhecem. Como São Pedro, sejamos firmes como rochas que sustentam a fé e o amor a Cristo, Senhor e Salvador. +Dom Carlos José Bispo da Diocese de Apucarana - PR