SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, FAZEI O NOSSO CORAÇÃO SEMELHANTE AO VOSSO! “Um dos discípulos, a quem Jesus amava, estava à mesa, reclinado ao peito de Jesus.” (Jo13,23) Reclinemos o nosso coração no peito de Jesus! Mais que um convite, é um chamado do próprio Jesus para cada um de nós, seus filhos amados e preciosos. Junto a Ele, nosso coração, por mais atribulado ou distante que esteja, encontrará a paz necessária e o refúgio das graças abundantes que só existe no Coração Sagrado de Jesus e, amparados por Ele, encontraremos ânimo e forças para suportar ou enfrentar as dificuldades, sejam elas pequenas ou grandes. Na última ceia, o gesto tão significativo de João, o discípulo amado, refere-se a tristeza por saber que o Mestre passaria pelo Calvário e isso lhe doía no mais profundo de seu ser. No entanto, esses sentimentos tão difíceis que lhe pesavam aos ombros encontram consolo em Cristo, que, amorosamente o acolhe em seu Divino Coração e o acalma, como quem diz: ‘não se aflija, Eu te amparo’. Jesus ama com um Coração Divino, um amor que ultrapassa nosso entendimento e só podemos compreender e tomar posse desse amor através da fé que vivemos. Sendo Humano e Divino, o Cristo tem em si a essência do amor, pois, conhecendo nossa humanidade tão frágil e sedenta, se dá por inteiro, e esse amor transborda a ponto de, não cabendo no peito, se revelar aos homens. A imagem de seu Coração fora do peito, exposto em chamas é sinal de um amor ardente pela humanidade, um fogo abrasador que jamais se apagará. Os espinhos que O envolvem lembram sua coroa dolorosa e deveria nos fazer pensar que ainda hoje o ofendemos com nossa indiferença e nossos pecados que não nos permitem que enxerguemos sua imensa bondade. Num gesto de oferta amorosa, suas Mãos apontam para nós que ali, no seu Coração, nossos fardos serão mais leves e os sofrimentos mais suaves. Seus gestos e suas chagas são provas incontestáveis de seu sacrifício para nossa salvação. Suas vestes brancas revelam sua pureza celestial, assim como o manto vermelho é sinal de sua unidade com a Santíssima Trindade. “Jesus nos amou com um coração humano. Por esta razão, o Sagrado Coração de Jesus, traspassado por nossos pecados e para nossa salvação, é considerado como o principal símbolo daquele amor com o qual o Divino Redentor ama ininterruptamente o Pai Eterno e todos e cada um de nós” (Catecismo da Igreja Católica, 478). Nossa vocação primeira é sermos discípulos de Cristo, como quem se coloca aos pés do Mestre para, com atenção, aprender seus ensinamentos e os colocar em prática na vida, cumprindo assim os desígnios do Pai. O discípulo amado, reclinado ao peito de Jesus, na última ceia, a quem a Escritura se refere, é João, pelo qual Jesus tinha uma predileção especial. João representa cada um de nós, pois todos somos os filhos prediletos do Pai e podemos, hoje, também, reclinarmos nossa cabeça e todo nosso ser no Coração amoroso de Cristo. Celebrar o Sagrado Coração de Jesus é reconhecer que Nele estamos protegidos e guardados, mergulhados em sua Divina Misericórdia. Nas revelações de Cristo à Santa Margarida Maria de Alacoque, Jesus lhe diz: “Meu coração está embriagado de amor pela humanidade, que já não se contém as chamas da caridade e vê-se impelido a expandi-la por meio de ti para que alcancem a graça e não se percam em eterna perdição”. Instituída como uma importante celebração litúrgica, o dia do Sagrado Coração de Jesus sempre é comemorado na segunda sexta-feira após a solenidade de Corpus Christi, conforme pedido do próprio Jesus, em sua última aparição a Santa Margarida Maria. Se testemunhamos nossa fé publicamente no Santíssimo Sacramento que sai em procissão pelas ruas, devemos também, com todo nosso ser, render graças em adoração ao Seu Coração amoroso, que nos abriu as portas do céu e de onde nasceu a Igreja do Senhor. Também nesse dia, a Igreja celebra o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, instituído no pontificado do Papa João Paulo II. Adoremos com louvores e orações o Sagrado e Imaculado Coração de Jesus, e Nele depositemos a nossa vida e a de todos os sacerdotes, com as nossas e suas necessidades pessoais e espirituais, rogando que se transformem e sejam semelhantes ao de Cristo Jesus. +Dom Carlos José Bispo da Diocese de Apucarana