“Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos”. (Ef. 4,6)
Todo o Episcopado brasileiro esteve presente na 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em sua segunda etapa, que aconteceu na cidade de Aparecida, entre os dias 28 de agosto e 02 de setembro, deste ano de 2022. Uma das grandes alegrias dessa Assembleia foi a volta da forma presencial, que havia sido suspensa por causa da pandemia. Um encontro pessoal de irmãos unidos pela fé em Cristo Jesus e pelo serviço evangelizador/missionário ao qual todos foram chamados e nomeados pelo próprio Deus, autor da vida e do dom vocacional de cada Bispo. Para além dessa graça, a de estarem todos, lado a lado depois de tanto tempo do isolamento necessário, os Bispos puderam tecer e compartilhar ideias, projetos e também se conhecerem mais de perto, (longe da frieza das telas tecnológicas, imprescindíveis em tempos modernos), como uma grande família que se encontra depois de longa ausência. A Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo é uma imensa família, formada por pessoas e realidades diferentes, onde todos são filhos do mesmo e único Pai: Deus, o criador da vida. Essas diferenças, na verdade, geram diversos modos de agir e pensar, mas que, quando bem equacionadas, ao final contribuem para que se elabore um projeto onde todos tenham direito e dever à participação, pois a herança a ser recebida é a vida eterna em Cristo, Nosso Senhor. Entre tantos e diversos assuntos acerca da realidade brasileira, tendo sempre como centro a reflexão sobre a Missão Evangelizadora no Brasil que deve se refletir na alegria do Anúncio do Evangelho, aconteceu a partilha sobre o modo como cada Diocese põe em prática a ação evangelizadora e missionária, de acordo com sua realidade diocesana. Seguindo as normas regidas pelo documento “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, a ação missionária deve pautar-se na Palavra anunciada com convicção, fé e testemunho, e levada a todos, sem distinção. A ação evangelizadora deve ser vivida como uma vocação natural de cada batizado e nortear-se na certeza de que Jesus, o Verbo feito Carne, a Palavra de Deus, nasceu e caminhou em meio a nós, com toda sua força e verdade que salvam os que Nela creem e, crendo, vivem-na no dia a dia. Uma Igreja Sinodal é uma Igreja que caminha junto, em harmonia e comunhão de forma que todos possam participar e beber da mesma fonte: a Palavra, que é Cristo Jesus. Comunhão significa comum união, ou seja, toda Igreja do Brasil, unida num mesmo objetivo, embora trabalhado de formas diferentes, devido as realidades tão diversas, deve conservar a essência da missão: levar os irmãos a Cristo e apresentar Cristo aos irmãos. O Bispo é o pastor de uma parcela do povo, que lhe foi destinado para ser acolhido, conduzido, ensinado, admoestado com carinho e firmeza quando necessário, pois todos, mesmo que diferentes, são filhos e filhas de Deus. A comunhão, participação e a missão é um caminho a ser percorrido e vivido por todos, clérigos e leigos, cada um com sua vocação pessoal, em todos os âmbitos da sociedade, sem partidarismo ou preferências, mas seguindo os critérios da Palavra Viva, que é Cristo, que caminha conosco. Que a Mãe Aparecida, Padroeira destas terras, interceda pela Igreja, seus representantes e pelo povo brasileiro, rogando a Deus pelas necessidades dos seus filhos e filhas, que a Ela recorrem com confiança e amor.
Dom Carlos José
Bispo da diocese de Apucaran