Palavra do Bispo

A Assunção da Virgem Maria

17 Ago 2023

“À vossa direita se encontra a Rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir” (Sl 44) Aquela que, preparada antes de seu nascimento para ser a Mãe do Salvador, avançou em sua peregrinação de fé, unindo-se às dores do Filho aos pés da Cruz, associou-se a Ele na Imolação e no Sacrifício pela nossa salvação e, atendendo ao Seu pedido, entre lágrimas e sofrimentos que nossa pobre humanidade não alcança, como Serva fiel a Deus, encontrou forças e adotou-nos como seus filhos. Ali, no Calvário do Filho, tornou-se nossa protetora, auxiliadora, intercessora e amorosa Mãezinha. Mulher forte e fiel, quando tudo parecia ter-se acabado, Ela permaneceu junto aos escolhidos do Filho, em oração, clamando o Dom do Espírito Santo sobre a Igreja Nascente, o mesmo Espírito Santo que Nela gerou o próprio Deus, gerou a chama ardente que conduz a Igreja de Cristo. A sempre Virgem Maria, da Anunciação à Morte na Cruz, da Ascensão de Cristo à sua própria Assunção aos Céus, a mesma Carne, o mesmo Sangue, as mesmas alegrias e as mesmas dores; também, a mesma certeza de estarem unidos ao Pai e à Sua plena vontade. Concebida sem pecado, preservada da mancha original, a Mãe de Jesus foi “assunta”, “levada”, “assumida” por Deus aos Céus, ou seja, por desejo do próprio Deus, a Virgem Mãe de Cristo, por um privilégio Divino todo singular, venceu o pecado por sua Imaculada Conceição, portanto, não estava sujeita a esperar o fim dos tempos para obter a ressurreição da carne, pois sua Carne é a mesma Carne de Cristo, pura e sem mancha. A dignidade da Assunção da Virgem Maria é a antecipação singular na Ressurreição de seu Filho que reacende em nós uma chama ardente de esperança quanto à nossa própria ressurreição: ‘se com Cristo morremos, com Ele ressuscitaremos’ (Rm 6,8). A Assunção de Nossa Senhora abre para todos os cristãos um caminho novo a ser trilhado rumo a experiencia pascal: é preciso cuidar do nosso corpo, que é templo do Espirito Santo e de nossa alma, seguindo os passos da Virgem Maria, a primeira Cristã completa, pois a vemos em Jesus e Jesus Nela, Eles são indissociáveis, inseparáveis! Com a Mãe e Nela, vivemos a certeza que também nós podemos chegar aos céus, não sozinhos nem por méritos próprios, e sim com a bondosa intercessão da Senhora e Rainha do Céu e da Terra. Ela foi elevada ao Céus, mas continua entre nós, pois onde está o Filho, está a Mãe, abrindo os caminhos para que não nos percamos em meios às tentações. Confiantes, depositemos no Imaculado Coração de Nossa Senhora de Lourdes, Assunta aos Céus, a nossa vida terrena, para que, por meio Dela, possamos um dia chegar aos Céus e contemplá-la, junto à Jesus! +Dom Carlos José Bispo da Diocese de Apucarana - Paraná