“Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração”. (Rm 12,12) O cristão é chamado a viver sempre o primeiro mandamento: Amor a Deus Pai, a fazer Dele o Centro e único Senhor, em qualquer circunstância, Deus, Pai, Filho e Espírito, um só, Trindade Santíssima, indissolúvel, Alfa e Ômega de nossa existência. Bem sabemos ou, deveríamos ter essa consciência, que fomos predestinados para o céu, para vivermos na Pátria Celeste, onde não haverá dores ou tristezas, onde contemplaremos a Glória da Trindade Santíssima, eternamente. Porém, nossa existência terrena fixa nossos pés num determinado local, numa pátria escolhida por Deus, onde nascemos e, caminhando, vamos aprendendo a amadurecer no conhecimento humano e Divino, no discernimento e nas escolhas (tantas escolhas... difíceis escolhas...) que nos levarão, um dia, ao nosso destino. Todos somos filhos dessa nação, a maioria por nascimento, outros por razões diversas, somos filhos desse Brasil tão gigantesco, com características tão diversas, com povos de tantas raças e encantos peculiares que tornam o convívio entre os povos um eterno aprendizado, uma fonte inesgotável de sabedoria que a tradição se encarrega de registrar. O sentido da pertença a uma nação deve gerar unidade e cuidado mútuos que gerem progresso e desenvolvimento em prol de todos. Podemos perceber que o próprio Jesus, o Verbo Encarnado, ao nascer numa família humana, pertenceu a uma Pátria: ficou conhecido com Jesus de Nazaré, ou o Nazareno, onde cultivou suas raízes e se desenvolveu como cidadão de Nazaré. Santo Tomás, de Aquino diz “o dever do cristão em relação à pátria deriva da virtude da piedade filial, do dever de prestar honra e culto àqueles que o precedem, de forma especial aos pais, por terem dado a vida natural, e à Pátria, por ser o lugar em que a pessoa se desenvolve e encontra seu espaço vital, além de viver a fraternidade com seus concidadãos.” O cristão tem a obrigação de colaborar com os poderes civis para o bem da sociedade, num espírito de verdade, justiça, solidariedade e liberdade, sempre visando o bem comum da humanidade. O amor e o respeito à Pátria devem ser cultivados pelos adultos para que os pequenos cidadãos cresçam com valores sólidos e propósitos firmes de amar a terra em que nasceram, aprendendo a cuidar uns dos outros, sem distinção. Se formos capazes de olhar o povo que habita uma nação como um só corpo, com muitos membros, onde cada um é responsável por cuidar do outro, e, quando um se fere, todos sentem a mesma dor, perceberemos que somente unidos, seremos capazes de construir uma nação santa, um território onde habita uma porção do povo escolhido por Deus, um Brasil feliz, que reza e trabalha pela paz interna e do mundo todo. Um povo que ama sua terra, coloca Deus à frente, e Cristo se faz presente na história para que a colheita seja farta. Que a Virgem Maria, Mãe e Rainha do Brasil, interceda por nós, povo brasileiro, despertando-nos para o amor e a construção de uma nação mais justa e fraterna. +Dom Carlos José Bispo da Diocese de Apucarana